Na última semana, Linn da Quebrada participou da Rio2C, realizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para falar sobre como a publicidade pode se adequar à comunidade das travestis e deixou claro que ainda existe muito a ser feito para esta relação chegar onde deveria.
No painel intitulado “Comunicação de Marca: Inclusão, Respeito e Diversidade” que também contou com a pesquisadora trans Mariah Rafaela Silva, Lina lembrou que o mercado precisa parar de usar a diversidade de forma oportunista:
O que está sendo vendido ali não é a minha música, não é o meu filme, nem o meu desenho, sou eu mais uma vez. Sou eu mais uma vez que tenho que ficar exposta e expor as minhas cicatrizes. E, para isso, eu preciso continuar me machucando, porque eu preciso continuar falando sobre as minhas dores [para que] isso possa vender. Em uma de minhas músicas, eu tenho tentado me convencer que nem tudo que vende vem de mim ou vem de nós para que a gente possa vender outros produtos e eu possa descolar a minha pessoalidade daquilo que está à venda. Do contrário, constantemente o que prevalece à venda sou eu.
Linn da Quebrada e seu corpo político
Além de discutir a importância da discussão sobre linguagem neutra e lembrar sua participação no BBB22, Linn defendeu seu corpo como um ato político:
Eu venho de um atravessamento de territórios. Antes, eu já trabalhava com música, trabalho com arte. Eu acredito que meu corpo é político e que o corpo de cada uma de nós aqui também é político. Porque, se não, há uma sobrecarga sobre mim, como se os nossos corpos, os corpos trans, fossem mais políticos que os outros e por isso eu tivesse uma responsabilidade maior nesse debate e nesse embate.
Certíssima, hein!?
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