Rolling Stones e os 50 anos de Exile on Main St: "as pessoas usaram tantas drogas que se esqueceram que tocaram no disco"

Especial de portal internacional relembra os 50 anos de "Exile on Main St", considerado um dos maiores discos dos Rolling Stones. Veja mais!

The Rolling Stones em 1967
Foto: Michael Cooper

Parece surreal, mas já se completaram 50 anos desde que o The Rolling Stones lançou o aclamado disco Exile on Main St, considerado por muitos como o auge da lendária banda britânica.

Em homenagem a este grande acontecimento, o portal britânico The Guardian conversou com alguns ícones da música que estiveram envolvidos com o álbum — ainda que apenas como uma influência, já que a obra se tornou uma pedra fundamental para músicos de todos os tipos.

É o caso de Martin Fry, do ABC, que declarou que o trabalho é o seu preferido dos Stones e ainda deu um panorama sobre como era a questão hedonística na época, com o uso de drogas prevalecendo com força:

Há uma magia livre pelo fato de eles não ligarem para serem a maior banda de Rock do mundo. Não é [um disco] particularmente comercial, mas é elegante e belo. As letras do Mick Jagger são fantásticas. Não é um disco para se divertir. É questionador e paranoico. Soa como se eles tivessem passado por um caleidoscópio. Naquele período, obviamente, as pessoas usavam muitas drogas, e algumas simplesmente apareciam e esqueciam que tinham tocado ali.

Dando uma perspectiva mais técnica, o líder do The Gaslight Anthem, Brian Fallon, relembrou a decisão dos Stones de ir para o interior da França em uma tentativa de se afastar de todas as consequências ruins da fama e embarcar em uma viagem de criatividade:

Eles eram a maior banda do mundo mas foram para a França e praticamente quase se mataram para fazer esse álbum que é insano e ao mesmo tempo de alguma forma faz sentido. Eles tinham problemas com impostos. Keith [Richards] e aí o Mick Taylor passaram a usar heroína. Keith não aparecia às vezes, ou o Bill [Wyman] ou o Charlie [Watts] ficavam de fora de algumas faixas. […] É como se eles tivessem ouvido Blues, Gospel e Soul através de um telefonema, ouvido errado, e tocado da forma deles e tornado tudo melhor.

Outro relato interessante é o do influente J Mascis, líder do Dinosaur Jr., que mostra como a expectativa era enorme pelo novo disco dos Stones. Ele relembra que comprou o LP aos 13 anos de idade, com o dinheiro que havia recebido da mãe para comprar comida no mercado — o resultado, como ele descreve, é o surgimento de uma banda que “veio das sombras dos Beatles para ser a melhor banda do mundo”.

Você pode ler estes relatos na íntegra e vários outros (em inglês) clicando aqui.