Parece surreal, mas já se completaram 50 anos desde que o The Rolling Stones lançou o aclamado disco Exile on Main St, considerado por muitos como o auge da lendária banda britânica.
Em homenagem a este grande acontecimento, o portal britânico The Guardian conversou com alguns ícones da música que estiveram envolvidos com o álbum — ainda que apenas como uma influência, já que a obra se tornou uma pedra fundamental para músicos de todos os tipos.
É o caso de Martin Fry, do ABC, que declarou que o trabalho é o seu preferido dos Stones e ainda deu um panorama sobre como era a questão hedonística na época, com o uso de drogas prevalecendo com força:
Há uma magia livre pelo fato de eles não ligarem para serem a maior banda de Rock do mundo. Não é [um disco] particularmente comercial, mas é elegante e belo. As letras do Mick Jagger são fantásticas. Não é um disco para se divertir. É questionador e paranoico. Soa como se eles tivessem passado por um caleidoscópio. Naquele período, obviamente, as pessoas usavam muitas drogas, e algumas simplesmente apareciam e esqueciam que tinham tocado ali.
Dando uma perspectiva mais técnica, o líder do The Gaslight Anthem, Brian Fallon, relembrou a decisão dos Stones de ir para o interior da França em uma tentativa de se afastar de todas as consequências ruins da fama e embarcar em uma viagem de criatividade:
Eles eram a maior banda do mundo mas foram para a França e praticamente quase se mataram para fazer esse álbum que é insano e ao mesmo tempo de alguma forma faz sentido. Eles tinham problemas com impostos. Keith [Richards] e aí o Mick Taylor passaram a usar heroína. Keith não aparecia às vezes, ou o Bill [Wyman] ou o Charlie [Watts] ficavam de fora de algumas faixas. […] É como se eles tivessem ouvido Blues, Gospel e Soul através de um telefonema, ouvido errado, e tocado da forma deles e tornado tudo melhor.
Outro relato interessante é o do influente J Mascis, líder do Dinosaur Jr., que mostra como a expectativa era enorme pelo novo disco dos Stones. Ele relembra que comprou o LP aos 13 anos de idade, com o dinheiro que havia recebido da mãe para comprar comida no mercado — o resultado, como ele descreve, é o surgimento de uma banda que “veio das sombras dos Beatles para ser a melhor banda do mundo”.
Você pode ler estes relatos na íntegra e vários outros (em inglês) clicando aqui.