Quase dois meses após a morte de Taylor Hawkins, o baterista do Foo Fighters ainda segue sendo assunto por toda a circunstância que envolve seu falecimento.
Recentemente, a revista Rolling Stone dos EUA convocou ninguém menos que Matt Cameron e Chad Smith, respectivamente bateristas do Pearl Jam e do Red Hot Chili Peppers e amigos pessoais de Taylor, para falarem sobre os últimos dias do músico, que nos deixou em Março, falecendo em um quarto de hotel pouco antes de uma apresentação dos Foos em Bogotá, na Colômbia.
Os dois colegas de profissão deram alguns detalhes interessantes sobre o estado de saúde mental de Hawkins. De acordo com Cameron, por exemplo, Taylor estava desconfortável com a agenda cheia do FF (via Pitchfork):
Ele teve um papo de amigo com o Dave e, sim, ele me disse que ele ‘não conseguia mais fazer essa porra’ — essas foram as palavras dele. Então eu acho que eles de fato chegaram a algum acordo, mas parece que a programação da turnê ficou ainda mais maluca depois disso.
Um representante da empresa que cuida da carreira do Foo Fighters, a Silva Artist Management, negou que tal conversa tenha acontecido, seja ela com Dave ou com a própria companhia. Da mesma forma, negou também o relato feito por Chad Smith de que, em Dezembro 2021, Hawkins teria “perdido a consciência” durante um voo.
O baterista do RHCP contou:
Ele só disse que estava exausto e colapsou, e eles tiveram que injetar várias coisas nele e tal. Ele estava desidratado e tudo mais. [Ele me disse], ‘Eu não consigo mais fazer isso desse jeito’.
Isso foi uma das coisas que degringolou toda a situação. Depois disso, ele teve uma conversa de coração aberto com Dave e os empresários. Ele disse, ‘Eu não consigo continuar com essa programação, então a gente precisa encontrar um jeito’.
Ainda na mesma entrevista, Cameron deixou claro que, na sua percepção, a conversa serviu mais para Taylor aceitar as condições impostas por Grohl e pelos empresários do Foo Fighters. Ele afirma que uma banda como essa “é uma grande máquina”, com muitas pessoas dependendo do dinheiro, e reforça que “é preciso estar ciente da questão de negócios de algo tão grande assim”.
Os últimos dias de Taylor Hawkins
Uma outra pessoa entrevistada pela reportagem original, que preferiu não se identificar e não revelou nem seu gênero, trouxe um relato mais pesado que praticamente defere a culpa da morte para Dave e os empresários dos Foos, que teriam feito com que Taylor trabalhasse muito mais do que deveria para manter a agenda de compromissos:
O fato de que ele finalmente falou com Dave e falou a verdade para ele, que ele não poderia mais fazer isso e que ele não faria mais isso, isso foi libertador pra ele. Isso foi corajoso pra caralho. Isso levou um ano para que ele juntasse coragem pra fazer. […] E ele tinha todos os motivos para acreditar que [a mudança] iria acontecer. Ele queria acreditar nisso.
Novamente, os representantes da banda negaram a acusação, dizendo que Taylor “nunca informou Dave e a empresa de qualquer coisa do tipo”. No fim, quem resume melhor a situação é o próprio Matt Cameron, que não busca culpados mas sintetiza o que passou pela cabeça de Hawkins:
Ele tentou aguentar o ritmo. Ele só fez tudo que precisava para aguentar, e no fim ele não aguentou.
Sem dúvidas, uma perda que continuará sendo sentida por anos e anos. Você pode conferir a reportagem completa da Rolling Stone (em inglês) clicando neste link.