Membros do Eagles Of Death Metal estiveram em Paris para testemunhar sobre o ataque no teatro Bataclan que chocou o mundo em 2015.
O vocalista Jesse Hughes e o guitarrista Eden Galindo estiveram presentes no julgamento criminal de Salah Abdeslam, único membro sobrevivente dos extremistas do Estado Islâmico que invadiram a casa de shows de Paris durante uma performance da banda e mataram 90 fãs.
Ao falar sobre a tragédia que marcou sua vida, Hughes declarou (via Loudersound):
Estou em um estado diferente hoje, mas carrego um nervosismo em mim desde esses ataques. Hoje de forma diferente. Agora estou começando a sentir novamente sentimentos enterrados que pensei ter superado.
Se dirigindo aos terroristas, ele acrescentou:
Eu rezo hoje por eles e por suas almas, para que a luz de nosso senhor brilhe sobre eles. Gostaria de concluir com uma palavra do cantor Ozzy Osborne: ‘Você não pode matar o rock n’ roll! Você não pode matar o rock n’ roll!’
Jesse Hughes e o ataque ao Bataclan em Paris
Ao falar com os repórteres fora do tribunal, Hughes compartilhou mais um pouco sobre sua posição em relação aos terroristas. Ele disse:
Sou cristão e todos podem estar perdidos e todos precisam encontrar o caminho e a maioria dos cavalheiros lá parecem precisar, então eu os perdoo e espero que eles mesmos encontrem a paz de Deus.
Já o guitarrista Eden Galindo revelou mais alguns detalhes sobre o momento trágico e citou como sua vida mudou após o ataque:
Lembro-me da multidão olhando para nós, sem entender. Pensávamos que ia parar. Mas continuou. Eles recarregaram.
[…] Objetivamente, nunca mais serei o mesmo desde aquele dia. Mas continuamos nossa turnê. Hoje tenho uma filha, tenho uma vida diferente. Eu nunca vou ser o mesmo de novo. Penso nas vítimas todos os dias. Rezo por elas.
Salah Abdeslam foi responsável por prestar apoio logístico aos outros membros do grupo do Estado Islâmico na noite do ataque. Ele foi preso quatro meses depois em Bruxelas e foi condenado a 20 anos de prisão em um julgamento anterior, depois de ser considerado culpado de tentativa de assassinato de policiais em um tiroteio durante a prisão.
No mês passado, durante o julgamento, o terrorista expressou remorso por ter se envolvido nos ataques e disse:
Desejo expressar minhas condolências e oferecer um pedido de desculpas a todas as vítimas. Sei que o ódio permanece… Peço-lhe hoje que me odeie com moderação. Peço que me perdoe.
O julgamento envolvendo o ataque ao Bataclan teve início em Fevereiro e deve durar nove meses.