Jovens são mais abertos a ouvir músicas antigas do que adultos a músicas novas, diz pesquisa

Em meio a polêmicas no Twitter envolvendo David Bowie e mais artistas antigos, pesquisa indica que jovens estão dispostos a conhecer as gerações anteriores.

David Bowie no Saturday Night Live em 1979

Nos últimos dias, uma pesquisa divulgada pela Roberts, a mais antiga fabricante de rádios do Reino Unido ainda em atividade, deu o que falar na internet.

Em grande parte, isso aconteceu por conta de um dos resultados do estudo, que mostrou que praticamente metade dos jovens até 23 anos não conhecem artistas como Bon Jovi, Pink Floyd e David Bowie.

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A discussão se estendeu pelas redes sociais e abriu todo um debate sobre a falta de interesse do público mais novo nas antigas gerações musicais, e a própria pesquisa inicial tem algumas respostas interessantes sobre isso.

Novas gerações têm interesse em conhecer músicas antigas

O dado que mais chama atenção com relação a isso é que, de acordo com o estudo da Roberts, 57% das pessoas entrevistadas têm interesse em ouvir mais músicas antigas na rádio, enquanto 36% afirmam estar procurando conhecer mais sobre as músicas antigas. Em oposição a isso, apenas 18% dizem ter dificuldades para curtir canções mais velhas.

Reforçando o fato de que os jovens são os mais abertos a ouvir músicas que não conhecem, sejam elas antigas ou novas, a pesquisa diz também que a geração boomer (de 55 a 73 anos, de acordo com as métricas utilizadas por eles) é a menos interessada em conhecer músicas anteriores à sua época.

Outro ponto é que, apesar de ser o grupo que mais acha os artistas antigos “chatos”, a Geração Z tem apenas 34% de seus representantes com essa opinião — o que mostra, naturalmente, que 66% desses jovens não têm nada contra o passado musical e estão dispostos a conhecer mais, em especial se a rádio começar a fornecer esse tipo de conteúdo.

Popularidade de artistas atuais x artistas antigos

Ainda segundo a Roberts, uma rápida análise de alguns dos artistas mais populares atualmente contra alguns dos mais populares do passado mostra o quanto os jovens estão mais abertos do que as gerações anteriores para conhecer todos os tipos de artistas.

A sensação do Pop atual Olivia Rodrigo, por exemplo, é conhecida por apenas 1,85% da geração tradicionalista (74 anos ou mais), 8,36% entre os boomers (55 a 73 anos), 22,38% entre a Geração X (43 a 54 anos), 45,47% entre os millennials (24 a 42 anos) e 64,66% entre a Geração Z (16 a 23 anos).

Já com os Beatles, por exemplo, a pesquisa mostra que 68,97% da Geração Z conhece os Fab Four — ou seja, os mais jovens conhecem mais o quarteto de Liverpool do que uma artista contemporânea.

Somando-se a isso, artista menos conhecida pelos jovens entre as selecionadas para o estudo foi Aretha Franklin, que só está nas vidas de 36,64% da Geração Z. Ainda assim, como fica claro pelo gráfico abaixo, é uma porcentagem maior do que a de boomers que conhecem Nicki Minaj, a mais popular da nova geração entre os mais velhos com base na seleção da Roberts.

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O fenômeno Fleetwood Mac

No fim das contas, a conclusão da pesquisa não é novidade para quem vem acompanhando a cena musical nos últimos tempos. Um grande exemplo de tudo que foi dito é o fenômeno que se tornou o Fleetwood Mac nos últimos anos, tendo seu sucesso revivido graças a um vídeo viral.

A questão interessante disso é que não foi apenas “Dreams”, a música que estava presente no TikTok, que renovou sua validade. Os jovens se mostraram interessados em conhecer mais a banda e, por conta disso, o disco Rumours retornou até mesmo ao Top 10 da Billboard no auge de toda essa situação.

Outros exemplos também estão presentes no cotidiano, ainda que talvez de forma menor, como é o caso do Queen — a pesquisa mostrou que quase 70% do público jovem conhece a banda de Freddie Mercury e não há dúvidas de que o filme Bohemian Rhapsody tem participação nisso.

Ainda de acordo com o estudo, apenas um terço da Geração Z disse que se recusaria a ouvir uma música lançada antes do ano 2000. Então, boomers, millennials e afins: que tal abandonar a abordagem combativa e julgadora? E, mais ainda, que tal se abrir para conhecer as novidades da música também?

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