Liberado no fim de março, o novo disco do cantor e compositor Matisyahu tem como premissa levar uma mistura de hip hop e reggae para o que talvez seja o seu caminho mais introspectivo e pessoal da carreira. Levando o mesmo nome do artista, o trabalho reúne 13 faixas e traz colaborações com a dupla colombiana radicada no Brooklyn Salt Cathedral.
Falando em entrevista exclusiva com o TMDQA! sobre o impacto visual do trabalho, que mexe com bastantes cores e uma atmosfera bem solar, o cantor revela que o disco acompanha seu estilo e está “mudando constantemente”:
Sabe, desde que eu era uma criança, eu sempre estive criando um personagem para a minha vida influenciado por coisas e pessoas que eu sentia que eram similares a mim — é como na música ‘Chameleon’ [‘Camaleão’]. Sabe, é como se eu tivesse me adaptando ao cenário ao meu redor.
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Judeu, Matisyahu ainda resgata a memória de quando morava no Brooklyn, em Nova York, e traça uma linha narrativa até os dias atuais.
É onde eu estava vivendo e estudando e tudo. Eventualmente isso começou a mudar, sabe? Fãs que me conhecem desde o início sabem essa evolução, veem essas mudanças acontecendo. É como se nada tivesse me segurando, eu estou mostrando quem eu sou e o que eu gosto, o tempo todo.
“E então você tem outros fãs que me associam particularmente a outros momentos, o que é também uma grande coisa para mim”, pontua.
O álbum homônimo de Matisyahu
Batizado com seu próprio nome, o novo disco não é uma espécie de reintrodução na carreira de Matisyahu, mas possui um significado bastante especial para ele. “Com esse disco eu sinto que estou voltando para um ciclo”, começa, antes de complementar:
É meu sétimo álbum e no judaísmo o sétimo [dia] é Shabat, sabe, seis dias de trabalho e aí o sétimo: sempre acontece algo especial nele. Representa uma conclusão, sabe? Então eu acho que, neste estágio da minha vida, é mais como um sentimento de algum nível de conclusão ou como entrar em algo novo.
O cantor revela também que todo o desenvolvimento do trabalho, produzido 100% na pandemia, trouxe um sentimento revigorante para o resultado final:
Eu estava me sentindo triste. Trabalho há muitos anos e nunca tínhamos vivido isso antes. A pandemia veio e todos os planos foram cancelados — então eu percebi que eu poderia entrar em contato com alguns amigos e fazer música. Então nós fizemos mágica logo em seguida. O que poderia acontecer? É como se nós precisássemos nos unir nesse álbum, então foi muito especial.
Ele complementa, dizendo que o período foi necessário para “me reconectar com o que é importante e construir as coisas do início, como elas deveriam ser. Acho que a pandemia me trouxe uma das lições mais valiosas que eu poderia ter”.
Nova produção e mudança de ares
Casado e com uma nova filha bebê, Matisyahu comenta que teve uma “energia feminina” em sua abordagem emocional para o álbum autointitulado pela primeira vez na carreira. “Sempre tive um ambiente muito masculino [na vida], sabe? Meus amigos eram tipo, três caras da banda e todos os produtores”, comenta. Ele prossegue:
Quando eu comecei a trabalhar nesse álbum, eu particularmente me encontrei: estive numa situação em que me casei de novo, tive uma filha… e então eu comecei a trabalhar com uma produtora e me encontrei no meio de uma energia feminina. Acho que quando estamos falando sobre arte e música, isso realmente tem um efeito. Definitivamente me ajudou a me expressar mais. É meio difícil de explicar, é mais um sentimento.
Você pode ouvir o disco autointitulado de Matisyahu ao final da matéria.
Turnê no Brasil
Amante da América do Sul e principalmente do Brasil, Matisyahu não esconde o entusiasmo ao falar sobre a possibilidade de um show por terras nacionais:
Com certeza, eu nunca vou parar de ir para a América do Sul e para o Brasil. Faz bastante tempo, eu sei, mas eu definitivamente vou voltar e espero que seja nesse ano ou no próximo.
A gente também espera!
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