Música

Inspirado em Johnny Depp, atirador que matou manifestantes antifa irá abrir processo por difamação

Citando inspiração em Johnny Depp, o atirador Kyle Rittenhouse, responsável pela morte de duas pessoas durante protesto antifascista nos EUA, vai à justiça.

Johnny Depp e Kyle Rittenhouse
Fotos via Shutterstock e Reprodução

Em Agosto de 2020, protestos contra a violência policial tomaram conta da cidade de Kenosha, em Wisconsin, nos EUA. Na ocasião, Kyle Rittenhouse usou um rifle para atirar em três pessoas durante a manifestação antifascista, matando dois e ferindo outro. Agora, ele diz que está se inspirando em Johnny Depp para tentar ganhar dinheiro (!) em cima da situação.

A decisão surge depois que Rittenhouse foi inocentado de todas as acusações criminais relacionadas ao incidente pela justiça dos EUA, que alegou defesa pessoal. Do outro lado, entretanto, diversas pessoas saíram decepcionadas com o veredito, acreditando que Kyle usou a desculpa do protesto para justificar uma matança deliberada de pessoas com crenças diferentes da sua.

Na época dos acontecimentos, Rittenhouse foi descrito por vários veículos como responsável por um “assassinato em massa”. Agora, após a vitória de Depp em seu processo de difamação, Kyle se sentiu à vontade para tentar continuar curtindo sua liberdade com o bolso cheio de dinheiro:

O julgamento do Johnny Depp está simplesmente me dando combustível. Você pode lutar contra as mentiras na mídia, e você deve.

Representado pelo advogado Todd McMurtry, Rittenhouse já definiu seu alvo principal: o dono do Facebook, Mark Zuckerberg. Ao falar com a Fox News (via VICE), o profissional que já tem diversas vitórias nesse campo contou qual será a sua estratégia:

Eu fui contratado para comandar o esforço de determinar quem processar, quando processar, onde processar. Vamos olhar para tudo que foi dito, determinar quais desses comentários podem ser acionados legalmente e seguir dali. […] Há provavelmente 10 a 15 [casos] sólidos [contra] réus grandes.

Vamos usar apenas como exemplo o que o Facebook e Mark Zuckerberg disseram sobre [Rittenhouse]. Eles disseram que ele estava envolvido em um assassinato em massa. Esse não foi um assassinato em massa. Isso foi claramente, factualmente falso. Chamar alguém de assassino em massa é uma difamação séria. E aí usar o poder das redes sociais para basicamente […] censurar quaisquer visões que se opusessem a essa afirmação de assassinato em massa é uma tentativa séria de destruir seu caráter.

Além de Zuckerberg, outro provável alvo do processo é Cenk Uygur, jornalista que faz parte do programa The Young Turks, um jornal mais ligado à esquerda nos EUA.

Mais um dia normal em 2022.

LEIA TAMBÉM: Amber Heard seria “incapaz de pagar” indenização a Johnny Depp e vai recorrer de veredito