Música

Guitarrista do Motörhead defende Lemmy após acusação de simpatia ao nazismo: “historiador”

Internauta chamou Lemmy de nazista e dois ex-companheiros de banda, Phil Campbell e Slim Jim Phantom, saíram em defesa do saudoso baixista e vocalista.

Lemmy Kilmister Motörhead
Reprodução/YouTube

O saudoso líder do Motörhead, Lemmy Kilmister, foi chamado de nazista por um fã venezuelano no Twitter e, para defender a memória do baixista e guitarrista falecido em 2015, dois ex-companheiros de banda vieram à público se manifestar.

Na mesma rede social, Phil Campbell e Slim Jim Phantom desmentiram a acusação do usuário que atende por Luis Alfredo Villamizar López. A publicação do fã foi feita no último sábado (4) e dizia:

Descanse em paz Lemmy… apesar de suas tendências nazistas, ele sempre me pareceu o melhor roqueiro da história… claro, depois de [Jimi] Hendrix, de quem foi assistente nos palcos.

Ao tomar conhecimento da postagem, como noticiou a Blabbermouth (via MetalSucks), Campbell, que passou anos e anos com o colega de banda no Motörhead, imediatamente rebateu:

Para sua informação, Lemmy NÃO tinha qualquer tendência nazista. Ele era um historiador.

Alguns minutos depois, foi a vez de Phantom, do Stray Cats, que também foi parceiro de Lemmy na banda Headcat, refutar a afirmação de Luis Alfredo:

Phil Campbell está 100% correto e eu atesto a verdade desse pronunciamento o dia todo.

Logo após, Phil replicou:

Obrigado, Jim. A gente sabe.

Convenceu? Veja as publicações ao final da matéria!

Por que Lemmy Kilmister era acusado de simpatizar com o nazismo?

Em vida, Lemmy se interessava por artefatos de guerra, principalmente os relacionados ao exército nazista — como foi apontado no documentário sobre o artista lançado no Brasil em 2011. Por causa do tema delicado, o músico foi obrigado a se pronunciar diversas vezes na carreira, até por conta do fato de ser crime exibir qualquer símbolo nazista na Alemanha.

Inclusive, quando o Motörhead fez turnê pela Europa em 2008, Kilmister foi indiciado por apologia ao nazismo. Para divulgar o show que aconteceria na cidade alemã Aurich, o artista apareceu em uma foto promocional usando um quepe da Schutzstaffel (SS), divisão de elite das forças nazistas que tinha como símbolo a caveira conhecida como Totenkopf.

Além disso, Lemmy frequentemente aparecia vestindo trajes com a figura da Eisernes Kreuz (Cruz de Ferro, em português). Apesar de remeter a um período anterior ao nazismo, o emblema que costumava surgir estampado no baixo de Lemmy ou como um pingente era utilizado como condecoração pelas forças armadas de Hitler. Durante o regime totalitário, militares que se destacavam a recebiam como medalha de honra.

Apesar de tudo isso, há certo consenso no mundo da música de que Kilmister era, de fato, apenas fascinado pela história. Existe até um vídeo do músico em que ele deixa bem claro que “só tem preconceito com babacas” ao falar sobre o racismo, além de ter incentivado um garoto negro a mergulhar no Metal em uma mensagem direta contra o preconceito nesse cenário.

Vai saber!

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