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Fresno prova que venceu o teste do tempo com dois shows esgotados e emocionados em São Paulo

A Fresno esgotou duas noites na Audio e pudemos bater um papo com os integrantes antes do primeiro show lotado e emocionante. Confira a resenha!

Foto por <a href="https://www.instagram.com/stephaniexhahne/">Stephanie Hahne</a>/TMDQA!
Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

Produto de sua época e eternamente associada a uma era específica da música no Brasil, a Fresno sobreviveu. Venceu o teste do tempo que várias outras bandas Emo não venceram, se reinventou repetidas vezes ao longo dos anos, se reergueu durante uma pandemia que derrubou boa parte da indústria e, contrariando as piores expectativas, chegou na sua melhor fase em pleno 2022.

Provando tudo isso e mais um pouco, o grupo lotou duas datas seguidas na Audio, casa de shows em São Paulo, com apresentações não só nostálgicas para os fãs mais antigos, mas mostrando uma energia e público novos quase incomuns para bandas com mais de 20 anos de estrada no Brasil. Estivemos lá na primeira data e, de quebra, ainda pudemos bater um papo com Lucas Silveira (vocal e guitarra), Vavo (guitarra) e Thiago Guerra (bateria) sobre a atual fase da banda.

Sem deixar a peteca da humildade cair, Lucas foi bem sincero ao falar sobre suas expectativas para este momento horas antes da apresentação:

A gente imaginou sim que ia voltar [da pandemia] muito maior… mas eu já imaginei errado outras vezes.

Citando otimismo e a insistência naquilo que acredita, o vocalista falou várias vezes sobre o sentimento de que “ia dar boa” após um período tão obscuro para o mundo inteiro. Vale lembrar que, além de se manter presente na internet tanto com lives na Twitch quanto com a imagem de “influencer” que Lucas ganhou, a Fresno lançou o disco Vou Ter Que Me Virar em 2021, meses antes de poder voltar aos palcos de fato. O grande retorno aconteceu no Lollapalooza Brasil, em março deste ano.

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Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

No show do sábado (4), que começou pouco depois da meia-noite, essa insistência da banda em continuar e em se render às mudanças mostrou os resultados que já havíamos visto no Lolla. Por lá, estava um público gigantesco que cantava todas as músicas novas da banda, uma galera mais jovem que ainda estava nascendo quando rolou o boom do Emo nos anos 2000, além dos “emos véios do caralho” que resistiram ao tempo junto com o grupo. Lucas se mostrou grato:

O que manteve a gente foi essa galera fiel, que é algo que muitas bandas não têm pra segurar. Nem sempre foi esse mar de gente acompanhando, mas nunca chegou a secar também, e isso faz toda diferença. Hoje a gente tá com Audio esgotada, mas quando a gente tocava para 300, 400 pessoas, também era um sucesso considerando o cenário num todo.

Com a “ajuda” da pandemia, a banda também entendeu que precisava focar na sua longevidade e em consolidar certos conceitos que um ato de mais de 20 anos precisa para continuar funcionando. “Uma coisa é isso de marcar show em cima da hora… não dá mais”, Silveira refletiu. “A galera de fora anuncia show com um ano de antecedência, dá um tempo pro fã se programar. Se a gente quer continuar nesse lance de fazer show grande, tem que ser assim também. São coisas básicas que a gente levou um tempo pra aprender, mas olha aí o resultado.”

Choro, suor e história

Celebrando passado e presente no setlist, a Fresno fez questão de não deixar nenhuma ponta solta durante a apresentação. Logo no primeiro ato, o grupo já mandou ver em “VOU TER QUE ME VIRAR” e “FUDEU!!!”, do último disco, emendando já com o hino “Quebre as Correntes”, que rodou o Brasil inteiro em 2006 com o disco Ciano. Durante a faixa, Silveira fez piada com a idade dos próprios integrantes e dos fãs mais antigos, fazendo alusão ao retorno do Emo ao mainstream depois de tanto tempo.

Em um momento solo para tocar “O resto é nada mais” e “O Ar”, o vocalista aproveitou a oportunidade para agradecer mais uma vez o público, que se emocionou com o momento. Em todo canto da Audio, era possível ver um fã com os olhos marejados por estar testemunhando a melhor fase da banda que ama, 23 anos depois de seu nascimento. E realmente, não tem como não se emocionar.

Para fechar a noite com chave de ouro, o grupo encerrou com “CASA ASSOMBRADA” e “Revanche”, promovendo uma grande catarse e mostrando que o futuro ainda promete muito.

Vida longa!

Fresno em São Paulo – fotos e setlist

  1. ESSA COISA (ACORDA-TRABALHA-REPETE-MANTÉM) (Intro)
  2. VOU TER QUE ME VIRAR
  3. FUDEU!!!
  4. Natureza caos
  5. Manifesto
  6. Quebre as Correntes
  7. Cada poça dessa rua tem um pouco de minhas lágrimas
  8. Eu Sei
  9. Já faz tanto tempo
  10. ELES ODEIAM GENTE COMO NÓS
  11. Cada acidente
  12. O resto é nada mais (O sonho de um visconde) (Lucas solo)
  13. O ar (Lucas solo)
  14. Eu sou a maré viva
  15. Diga, parte 2
  16. Milonga
  17. CAMINHO NÃO TEM FIM
  18. Quando eu caí
  19. Onde está? / Desde quando você se foi / Deixa o tempo
  20. CASA ASSOMBRADA
  21. Revanche