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Sangue, esperma e urina: Metallica e a história das capas nojentas de "Load" e "Reload"

Aclamadas por muita gente, as capas de "Load" e "Reload", do Metallica, foram feitas de maneiras nada convencionais. Saiba a história completa!

Metallica e as capas de Load e Reload

No meio para o final dos anos 90, o Metallica parecia estar disposto a fazer de tudo para quebrar algumas barreiras e continuar com seu status de contracultura, que foi um pouco perdido graças à enorme popularidade do Black Album e de singles como “Enter Sandman”.

A fase Load e Reload ficou muito marcada por essas pequenas ou grandes transgressões que irritavam os metaleiros de plantão, como quando os integrantes da banda cortaram os longos cabelos, e geraram diversas polêmicas, que foram ainda mais instigadas por conta das capas dos discos de 1996 e 1997, respectivamente.

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Ambas assinadas por Andres Serrano, as capas foram feitas com materiais pra lá de nojentos e eram parte de uma exposição do artista, que acabou impressionando o guitarrista Kirk Hammett e o baterista Lars Ulrich.

Foram os dois que fizeram contato para buscar a imagem de Load, que se chama “Blood and Semen III”. Como o nome diz, ela foi feita usando uma mistura sangue de vaca — que era comprado fresco todos os dias pelo artista em um açougue, aliás — e o próprio sêmen dele.

Enquanto isso, a de Reload se chama “Piss and Blood” e foi feita usando nada menos que urina e sangue, através de um método similar que consiste em colocar as substâncias entre dois pedaços de acrílico.

Em uma entrevista com a Metal Hammer, Serrano relembrou todo esse processo e falou sobre como as partes chegaram a um acordo:

Foram o Kirk e o Lars que me pediram uma foto para o ‘Load’. Eu encontrei com eles na galeria Paula Cooper em Nova York, e nós fizemos um acordo para eles usarem as imagens para o álbum, merch e quaisquer propósitos promocionais. Eu fiquei lisonjeado e honrado que eles a queriam.

[Acho que eles quiseram a foto] porque dialogava com eles. Eles foram atraídos por ela e eu fico feliz que isso aconteceu, porque a imagem e o álbum são um par perfeito.

No entanto, o artista também lembra que um dos integrantes da banda não ficou nem um pouco feliz com o resultado: James Hetfield. Ele diz, inclusive, que não se surpreenderia se o frontman estivesse “fumegante” até hoje por conta das capas!

James Hetfield e as capas de Load e Reload

A fala de Andres, aliás, tem bastante embasamento. Graças a uma entrevista de 2009 com a revista Classic Rock (via Metal Sucks), sabemos que James não era realmente fã do que Kirk e Lars propuseram. Ele explicou sua posição em uma declaração no mínimo questionável:

O Lars e o Kirk gostavam muito de arte abstrata, [ficavam] fingindo que eram gays. Eu acho que eles sabiam que me incomodava. Era uma afirmação girando em torno de tudo isso. Eu amo arte, mas não se for feita só pra chocar os outros. Eu acho que a capa do ‘Load’ foi só uma tirada com relação a tudo isso. Eu só acabei indo junto com a maquiagem e todas essas merdas loucas e estúpidas que eles achavam que tinham que fazer.

Como você já deve esperar visto o que falamos acima, Lars Ulrich tem uma opinião bem diferente e provou que ainda a mantém ao conversar com a Revolver em 2018. Na ocasião, ele disse que as duas capas são suas preferidas:

Os álbuns ‘Load’ e ‘Reload’ com as peças incríveis do Andres Serrano, eles sempre vão ter um lugar especial no meu coração. Eu o amo enquanto artista. Eu amo as imagens. Eu amo o fato de que nós conseguimos colocar Serrano nas capas desses dois discos. São provavelmente as minhas duas favoritas.

Agora, fica o questionamento: sabendo do processo por trás delas, em que posição você colocaria as capas de Load e Reload na discografia do Metallica? Conta pra gente nos comentários do Twitter e Instagram!

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