Música

"Mantenha a compostura": Robert Trujillo revela brigas internas do Metallica e conta como lida com a situação

Abrindo o jogo sobre os conflitos internos do Metallica, Robert Trujillo relembrou briga com James Hetfield e deu conselhos valiosos.

Robert Trujillo, do Metallica
Foto via Wikimedia Commons

Em um novo bate-papo para o podcast The Ex-Man With Doc Coyle (via Blabbermouth), o baixista do Metallica, Robert Trujillo, revelou um pouco sobre desconfortos que aconteceram dentro da banda e como lidou com eles ao longo de todos os anos em que faz parte do grupo.

O episódio foi publicado no último dia 11 de maio, no Listen Notes. Por lá, Trujillo não escondeu que há desentendimentos entre os integrantes:

Eu sempre estive em situações em meus grupos onde houve aqueles momentos em que as coisas esquentam e você está batendo cabeças. Isso acontece no Metallica. Houve algumas vezes, mesmo com James [Hetfield]. O James é um pouco… Talvez algo esteja lhe incomodando… Lembro-me de uma vez há alguns anos — cerca de três anos — na Itália. Coitado, ele foi picado por uma abelha na cara, acho que foi. Não acho que ele seja alérgico, mas havia um carvalho venenoso incluso. Então seu rosto está doendo, seu corpo está coçando. Estávamos em turnê. Estava chovendo. Estávamos na Itália ou algo assim.

Ele continua falando que, enquanto esperava o momento de subir no palco, ele estava com uma das músicas da banda na cabeça e isso, curiosamente, acabou gerando uma situação desconfortável entre ele e James dada toda a tensão da situação:

Uma das músicas — tipo ‘Memory Remains’ ou algo assim… eu estava com muita coisa na cabeça. Kirk [Hammett] e eu estávamos fazendo uns duetos e eu estava cantando em outras línguas. E o Lars [Ulrich] falou, tipo, ‘Faz um solo de baixo’, meio que um dia antes. E eu só estava tipo, ‘Aaargh…’

Então, eu estava tenso. E [o James] também estava tenso, mas estamos tensos por conta de coisas diferentes. E nós íamos subir ao palco em instantes e as coisas estavam atrasadas. E estávamos tocando ‘Memory Remains’ [na sala de afinação], e eu meio que estou só tocando ali, mas não realmente tocando com toda a intensidade; estava meio que só fingindo um pouco. Aí [o James], tipo, ‘Você conhece a música?’ E é uma música que tocamos milhares de vezes. E eu fiquei ofendido, porque essa é uma das músicas mais fáceis que tocamos, e você está me perguntando se eu conheço a música… Então eu falei tipo, ‘Sim, eu conheço a porra da mús…’. Eu estourei por um segundo. E aí eu me senti horrível, e ele se sentiu horrível.

Apesar de estar com os nervos a flor da pele, o baixista revela como essa situação serve de exemplo para os aprendizados que teve nesses anos — que também refletem no próprio Hetfield — e como ambos foram capazes de contornar tudo isso:

E então percebemos, eu acho, que eu estou viajando na carga que tenho em meus ombros aqui; ele está viajando nisso e naqueilo e provavelmente… quer dizer, eu entendo, cara — já lidei com carvalho venenoso; já tive picadas de abelha antes, e não é divertido. E você está lá fora tentando ser o melhor que você pode. Então, ao invés de jogar seus instrumentos no chão e trocar socos ou qualquer coisa assim, você resolve — você meio que se acalma e percebe o que está acontecendo.

Trujillo sobre resolver problemas com o Metallica

Ele continua no mesmo bate-papo, oferecendo um conselho para os músicos que passam por situações parecidas:

Então, mesmo na nossa situação, coisas assim podem acontecer. E é simplesmente a natureza da fera. Somos todos indivíduos e todos temos nossos momentos. Então eu sempre enfatizo isso — agora mais do que nunca. Conselho valioso: sempre mantenha a compostura. Você está em uma banda — isso é legal — mas é sobre o relacionamento e ser o melhor que você pode ser, o melhor humano que você pode ser, o melhor irmão, o melhor camarada. E isso é muito importante para tudo aqui.

Sábias palavras, né? Você pode conferir o episódio completo do podcast clicando neste link.