Música

Lamentável: reportagem mostra que músicos com cachês enormes pagam pequenos salários às suas bandas

Uma nova reportagem usa os sertanejos Gusttavo Lima e Wesley Safadão para apontar artistas que cobram altos cachês mas pagam pouco para seus músicos.

Gusttavo Lima
Reprodução/Instagram

Na crista da onda desde que estourou a polêmica dos shows financiados com dinheiro público desviado de setores fundamentais para a sociedade, como Educação e Saúde, os artistas sertanejos agora encaram mais um desafio.

Isso porque uma reportagem do G1 descobriu que cantores como Gusttavo Lima e Wesley Safadão acumulam processos e reclamações de pessoas que fizeram parte de sua equipe nos palcos.

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Como apontou o portal, entre os shows de prefeituras investigadas pelo Ministério Público, o maior cachê é o de Gusttavo (até R$1,2 milhão por apresentação), enquanto Wesley recebe metade disso (R$600 mil por contrato). Apesar de receberem valores exorbitantes, os artistas são acusados de pagar mal os músicos que lhes acompanham nas turnês.

O G1 ouviu um profissional que se apresentou com Safadão e que afirma ter recebido R$4 mil por mês. Na época, o cachê de Wesley já passava de meio milhão por show e eles chegavam a fazer até 30 apresentações em um mesmo mês.

Já outro músico, que trabalhou com Gusttavo, disse que ganhava apenas R$600 por show; no entanto, o cachê do cantor tinha cifras bem inferiores ao seu padrão atual: R$280 mil. Para corroborar as palavras do ex-contratado, dois roadies abriram processos alegando que Lima pagava salários no modelo de “caixa dois”.

Segundo eles, para diminuir o total de impostos e direitos trabalhistas que teria que arcar, o cantor pagava determinado salário, mas declarava nos contracheques valores mais baixos. Por isso, Gusttavo foi condenado a pagar a diferença aos roadies que acionaram a Justiça e também o Estado.

Que feio, né?

Gusttavo Lima e Wesley Safadão não quiseram comentar

O G1 ainda falou com um músico que se apresentou durante oito anos com Gusttavo Lima, o qual afirmou que também assinava contracheques por valor menor do que realmente recebia. Como ao final do contrato ele recebeu quantia que julgou correta, o profissional não achou necessário entrar com uma ação.

O veículo procurou os dois artistas, mas ambos não quiseram falar sobre o assunto. Outros nomes que também estão na mira do Ministério Público são os das duplas Bruno e Marrone e Zé Neto & Cristiano. Aliás, foi justamente Zé Neto que, ao criticar Anitta, deu o pontapé inicial no efeito dominó que vem desmascarando as fraudes no universo sertanejo.

Será que vem mais por aí?

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