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Samuel Rosa compara obra de Milton Nascimento à religião: "as canções me elevam"

Samuel Rosa (Skank) diz que não tem religião, mas aponta que ouvir músicas de Milton Nascimento é o mais próximo que chega de algo espiritual. Saiba mais.

Samuel Rosa compara obra de Milton Nascimento à religião: "as canções me elevam"
Reprodução / YouTube

Milton Nascimento é um ícone da música brasileira e suas canções são capazes de provocar diferentes reações em quem acompanha seu trabalho.

No novo e último episódio da sexta temporada do podcast Toca Brasil Enciclopédia, o cantor e compositor Samuel Rosa, vocalista do Skank, refletiu sobre a influência de Bituca em sua carreira e na música de uma maneira geral.

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Conversando com o jornalista Sergio Martins, Samuel Rosa descreveu que algumas obras de Milton funcionam para ele como algo espiritual. Ele explicou:

A música do Milton tem uma forte influência na minha vida e relação com a música. Eu não tenho religião, mas um lado espiritualizado que é pouco trabalhado. Uma das coisas que mais me elevam é escutar alguma música do Milton, principalmente aquelas que fazem parte da minha história, porque meus pais já ouviam. É o mais próximo do espiritual a que chego.

Ele tem melodias desconcertantes. Tem inclusive uma cadeira na Universidade Federal de Minas Gerais só para a música dele. É tudo muito intuitivo, é quase como se ele fosse um emissário, um fio condutor.

Nesta temporada do podcast, que está disponível tanto no site do Itaú Cultural como no Spotify, artistas consagrados foram reverenciados pelas novas gerações que de alguma forma são influenciadas pelos legados desses grandes músicos.

Samuel Rosa fala sobre Milton Nascimento

Ainda em seu bate-papo, o vocalista do Skank revelou que, quando era jovem, escutava bandas como o lendário Black Sabbah e apontou que “quem gostava muito de música acabou chegando nessas bandas de rock pesado”. Ele indica que era uma “espécie de rito de passagem.”

Porém, o músico contou como ele passou a trocar a música pesada pelo som nacional de Milton e o Clube da Esquina:

Com 17 ou 18, ficou um pouco mais rarefeita essa autoafirmação da adolescência e comecei a gostar de sons não tão pesados e a encontrar amigos que gostavam muito de música brasileira, principalmente Lô Borges, Beto Guedes, 14 Bis.

Era um pessoal de chinelo de couro e camisa do Che Guevara, que me fez voltar a atenção para a música brasileira. Aí encontrei o Clube da Esquina e vi que eles faziam algo tão relevante quanto os gringos. Não precisava nascer em Liverpool, dava para ser de Santa Tereza, em Belo Horizonte.

Que inspiração, né?

Milton Nascimento e turnê de despedida

O podcast falando sobre o aclamado Bituca chega no mesmo mês em que Milton dá início à sua turnê de despedida, chamada “A Última Sessão de Música”.

O músico que completa 80 anos de idade em Outubro se apresentou no dia 21 de Junho em Londres, no Reino Unido, e ainda passará por Portugal e Itália antes de desembarcar no Brasil para realizar shows no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Saiba mais aqui.

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