A gente nunca cansa de se surpreender com fãs de rock que não entenderam nada sobre o posicionamento político de suas bandas preferidas. Mesmo que as letras sejam em sua língua materna, alguns cidadãos dos EUA deixaram claro mais uma vez que ainda não conseguiram interpretar as músicas do Rage Against The Machine.
Depois do explosivo show de reunião no último dia 9, em Wisconsin, o grupo de Zack De La Rocha, Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk voltou a receber críticas nas redes sociais por mensagens exibidas no telão.
Um dos recados mais duros foi contra a Suprema Corte dos Estados Unidos, que permitiu recentemente que os estados proíbam o aborto legal. O Wisconsin, onde acontecia o show, é um dos estados que aplica a restrição (via Pitchfork).
Os músicos não falaram nada ao microfone, mas o texto atrás deles dizia:
Nascimento forçado no único país rico do mundo que não garante licença parental remunerada a nível nacional. Nascimento forçado em um país onde a mortalidade materna é duas a três vezes maior para mulheres negras do que para as brancas. Nascimento forçado em um país onde a violência armada é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes. Abortem a Suprema Corte.
Antes do show, o grupo já tinha anunciado a doação de quase meio milhão de dólares para organizações de direitos reprodutivos em Wisconsin e Illinois.
Fãs desavisados xingaram muito no Twitter
Apesar disso, após a apresentação alguns fãs da banda ficaram sentidos e resolveram xingar muito no Twitter. Um deles, por exemplo, diz (via Loudwire):
Não há nada pior do que pagar para assistir a um show e receber uma aula sobre as crenças políticas da banda.
Outro usuário postou um trecho da música “Know Your Enemy” — a canção de 1992 que diz com todas as letras que a ignorância, a hipocrisia, a brutalidade e a elite são os inimigos do povo — e ironizou:
Tô aqui escutando os tempos pré-políticos do Rage Against The Machine. Não era legal quando eles só tocavam guitarra alto pra caramba?
Outra publicação separou alguns comentários que foram feitos em resposta a uma postagem no Facebook falando sobre o posicionamento da banda. Um dos usuários, por exemplo, acusava o RATM de ter “entrado pra turma da lacração”, enquanto outro escreveu que “eles realmente eram melhores quando deixavam a política de fora”.
Os Tweets estão disponíveis ao final da matéria. Divirta-se!
Turnê segue adicionando datas
O pontapé da turnê “Public Service Announcement” representou o primeiro show do Rage Against The Machine desde 2011. A banda ainda vai passar por cidades como Chicago, Quebec, Nova Iorque e Cleveland até o fim do mês, e entre agosto e setembro terá datas na Europa.
Ainda não há confirmação de apresentações do RATM no Brasil, mas rumores apontam que o grupo pode vir pra cá ainda este ano. Tomara!
https://twitter.com/LightDreamUltra/status/1546468715314745345?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1546468715314745345%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Floudwire.com%2Fpeople-discover-rage-against-the-machine-sing-about-politics-angry%2F
They should stick to playing songs and doing there thing. Nothing worse then paying $$ to see a concert and be lectured on there political beliefs. Was close to walking out of a Marshall Tucker show last year when he kept going off on politics.
— Jim Pampinella (@jpampine) July 11, 2022
Listening to some pre-political Rage Against the Machine, wasn't it nice when they just played guitars real loud? pic.twitter.com/jJXY0hF2SS
— Pieter Tubergen (@pathyourbirds) July 11, 2022