De onde vem a associação do metal, heavy metal ou qualquer tipo de música pesada com o satanismo, o diabo ou algo maligno? Bom, vem do próprio metal!
As bandas que começaram a explorar um som mais sombrio e agressivo a partir dos anos 60, como Black Sabbath, Led Zeppelin e Judas Priest, usavam de temas e ícones religiosos nas letras e na estética geral. É o que faz hoje, por exemplo, o Ghost com sua narrativa papal.
O diabo, no contexto religioso, representa um poder assustador, um ser vingativo que controla o inferno. Parece algo que você já ouviu em uma música de metal, não? Esses temas simplesmente funcionam para o rock, e as bandas só estão brincando com isso.
Mas por que tanta gente acreditou e ainda acredita que fãs de metal são satanistas, chegando a culpá-los por atos violentos e até crimes?
Em um artigo publicado na Loudwire, o psicólogo Steve Byrne, que ensina Psicologia do Heavy Metal e do Punk em universidades, tentou explicar alguns dos motivos.
Primeira razão: simplificar problemas complexos
Existem muitas razões para questões complexas como a violência e o ódio, e todas elas são bastante complexas e difíceis de compreender. Segundo o professor Steve Byrne, a mente humana tende sempre a buscar um “bode expiatório” para evitar tratar de problemas que exigem um esforço real.
Em vez de discutir enquanto sociedade as melhorias que poderíamos fazer para reduzir a violência, pode ser mais fácil culpar alguém fragilizado, uma minoria, uma pessoa estigmatizada ou que está à margem.
É nesse caso que se encaixa o metal, que por sua vez sempre — ou quase sempre — cumpriu o papel de contracultura, sendo questionador e provocativo na maioria dos casos. A própria simbologia satanista, claro, entra nesse aspecto e acaba gerando uma eterna associação entre duas coisas que não têm, necessariamente, nada a ver uma com a outra.
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Outra possibilidade: discursos extremistas
Ainda de acordo com Byrne, qualquer tipo de extremismo, seja ele social, político ou religioso, costuma escolher um “inimigo” para ser a fonte de todo o mal, da corrupção e da violência.
Para suportar sua narrativa, esses grupos extremistas tendem a espalhar mensagens falsas e discurso de ódio. Aí, as letras “satânicas” do rock se tornam um alvo fácil, especialmente depois que bandas como Metallica e Iron Maiden ganharam grande popularidade, mesmo com inúmeras explicações sobre os temas abordados.
O autor conclui dizendo que a música é uma importante ferramenta para as pessoas processarem emoções difíceis, se sentirem pertencentes a algum grupo ou só mostrarem algum talento musical incrível. E isso jamais pode ser criminalizado.
E você, acha que essa associação de rock com violência ainda existe? Você pode ler o artigo completo aqui.