Mike Patton abre o jogo sobre saúde mental e diz que estava "com medo de pessoas"

Há quase um ano, o Faith No More precisou cancelar os shows pelos Estados Unidos após o vocalista Mike Patton alegar que precisava de um tempo para cuidar da saúde mental.

Depois, em outubro de 2021, a banda suspendeu toda a turnê que passaria pela Europa, Austrália e Nova Zelândia, incluindo grandes festivais. O Mr. Bungle, outro grupo de Patton, também teve datas alteradas.

Até agora, o lendário cantor não tinha dado detalhes sobre a sua saúde nem sobre o retorno aos palcos.

Mas em uma entrevista concedida para a Rolling Stone esta semana para anunciar um novo álbum do Dead Cross, outro de seus projetos, Mike Patton explicou o que aconteceu no último ano.

Mike Patton, do Faith No More, sofre de agorafobia

Mike Patton começou falando sobre sua rotina durante a pandemia. Segundo ele, o isolamento social forçado pela COVID-19 gerou uma espécie de medo de pessoas, algo que ele enfrenta até hoje:

Ainda está acontecendo, mas agora é melhor. É fácil culpar a pandemia, mas vou ser honesto: no início do isolamento eu pensava: ‘Isso é ótimo. Eu posso ficar em casa e gravar no meu estúdio!’. Acontece que eu fiquei completamente isolado e quase antissocial, com medo das pessoas. Talvez o isolamento só tenha reforçado sentimentos que eu já tinha. Esse tipo de ansiedade, ou como você quiser chamar, me levou a outros problemas que prefiro não discutir. Mas tenho profissionais me ajudando.

O jornalista questiona se esses “outros problemas” seriam relacionados ao álcool ou drogas, e Patton respondeu:

Foi um pouco de tudo, mas era principalmente mental. Foi a primeira vez que eu fiz terapia na minha vida. E eles basicamente me diagnosticaram com agorafobia. Tipo, eu tinha medo das pessoas. Mas só de saber sobre isso agora, poder falar sobre isso, realmente ajudou.

Agorafobia, de acordo com o Tua Saúde, é o “medo ou ansiedade excessiva frente a algumas situações, como estar em lugares abertos, em uma multidão ou ao frequentar um transporte público, por exemplo, devido ao receio de não conseguir escapar ou receber ajuda, levando ao aparecimento de sintomas como crise de pânico, diarreia ou desmaio, por exemplo”.