Nesta segunda-feira (25), o regime militar de Mianmar, que tomou o poder através de um golpe de Estado orquestrado em Fevereiro de 2021, confirmou a execução de quatro ativistas pró-democracia condenados por ajudar forças de resistência.
Entre eles está Phyo Zeya Thaw, de 41 anos, ex-deputado pela Liga Nacional pela Democracia (LND), mesmo partido ao qual pertence a líder civil Aung San Suu Kyi, presa pelos militares. Apesar do anúncio, não foi detalhado quando ou como os presos morreram.
Phyo, que assim como os outros estava detido em uma prisão da época colonial em Insein, entrou para a política em 2012 e antes era conhecido por seu trabalho como rapper, apresentando ao público letras recheadas de críticas ao regime militar vigente.
Além de Zeya Thaw, foram executados Kyaw Min Yu, Hla Myo Aung e Aung Thura Zaw, também condenados à pena de morte entre Janeiro e Abril deste ano. O diretor regional da Anistia Internacional, Erwin Van Der Borght, comentou as mortes (via Folha):
Essas execuções equivalem à privação arbitrária de vidas e são outro exemplo do histórico cruel contra direitos humanos de Mianmar.
Triste.
Organizações pressionam para impedir mais mortes
Ainda segundo a Folha, a Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP) afirma que estas foram as primeiras execuções judiciais no país desde o final da década de 1980. Sendo assim, ONGs pressionam a comunidade internacional por respostas, principalmente com o propósito de evitar que novas execuções aconteçam.
Inclusive, números da AAPP apontam que 76 presos foram condenados à morte desde a tomada de poder pelos militares em Mianmar. Outros 41 cidadãos estão foragidos, totalizando 117 condenados à execução.
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