Elvis Presley é um nome imediatamente associado ao Rock and Roll. Não à toa: estamos falando do homem conhecido como Rei do Rock, um dos maiores pioneiros do gênero, um verdadeiro símbolo da cultura dos EUA e de tudo que a engloba.
Quando se fala de Rock hoje em dia, no entanto, temos um termo que soa obsoleto em seu significado mais literal. O que é Rock? Há gente que vai dizer que, hoje, o Rap é o Rock. Para outros, o Rock realmente só cabe quando há uma banda, com guitarra, baixo e bateria. Há, também, quem diga que o Rock não está ligado à música e sim à atitude.
Entender isso é, sem dúvidas, um dos grandes méritos do filme Elvis e de sua excelente trilha sonora, a qual já dissecamos por aqui. Essa compreensão permite não apenas que a trilha seja uma das mais interessantes do ano, como também faz com que ela cumpra um papel fundamental em ressignificar a carreira do Rei do Rock, mostrando como a sua influência foi muito além do formato tradicional.
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Além do Rock: a trilha sonora de Elvis
Um dos maiores exemplos de tudo isso falado acima é “Vegas”, faixa assinada por Doja Cat que usa um sample de “Hound Dog”. Famosa na voz de Elvis, a canção aparece em sua versão cantada por Shonka Dukureh e mostra como é possível construir algo totalmente diferente a partir de um clássico do Rock.
Mais do que isso, a presença desse sample é uma homenagem às verdadeiras origens do Rock — algo que, em vida, Presley sempre pareceu entender e respeitar, como foi retratado no longa de Baz Luhrmann. O mesmo é válido para outras canções que trazem trechos de clássicos, como a ótima “The King and I”, de Eminem e CeeLo Green, que usa “Jailhouse Rock”.
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Os tributos também são pra lá de interessantes quando se trata dos próprios clássicos de Elvis reimaginados. A versão de “Can’t Help Falling in Love” assinada por Kacey Musgraves é um ótimo exemplo de como essa trilha foi capaz de “traduzir” as canções tão antigas para um contexto atual; o mesmo vale para “If I Can Dream”, regravada pelo Måneskin (e que inclusive ganhou recentemente um clipe).
Uma viagem pela história do Rock
Para além desses tributos e homenagens, a trilha sonora de Elvis serve até mesmo como uma linha do tempo do Rock and Roll. Ainda que o filme, obviamente, esteja focado em Presley, a mensagem nas entrelinhas, que ressalta a influência do cara em tantos outros nomes, é celebrada lindamente pelas músicas.
Com o próprio marcando a fase inicial do Rock, a trilha explora diversas gerações do gênero com representantes icônicos de cada uma delas. Temos Stevie Nicks e Chris Isaak juntos em uma versão de “Cotton Candy Land”, representando respectivamente os Anos 70 e 80.
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Depois, o final dos Anos 90 e auge dos Anos 2000 é representado por Jack White, que aparece em versão de “Power of My Love”. Logo em seguida, o final dos Anos 2000 e auge dos Anos 2010 aparece na forma do Tame Impala, que aparece em um remix de “Edge of Reality”.
Por fim, o Måneskin celebra o momento atual vivido pelo Rock. Um resgate de alguns conceitos — e o abandono de outros — em meio a um som único, que ao mesmo tempo respeita o legado e se propõe a esquecer tudo que já foi feito para construir um novo futuro.
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O fio comum entre tudo isso, entretanto, permanece sendo fácil de identificar: Elvis Presley, o Rei do Rock.