Quando começou a dar pistas de sua nova era, Demi Lovato deixou bem claro que iria abraçar a fase roqueira. A cada novidade sobre HOLY FVCK, entretanto, era mais evidente que ela não faria isso apenas de forma figurativa, e assim que recebemos “SKIN OF MY TEETH” chegou a confirmação.
O primeiro single do álbum lançado nesta sexta-feira (19) trouxe guitarras pesadas, um vocal potente e uma pegada que definitivamente conversa com as origens de Demi, muito ligadas ao Rock. Era notável a presença de influências de nomes como Hole, e a sonoridade foi se expandindo a cada lançamento.
“SUBSTANCE”, por exemplo, trouxe a tal pegada Pop Punk que está tão em alta no momento, mas é com enorme alegria que podemos dizer que HOLY FVCK passa longe de se resumir a isso. Já a última prévia, “29”, fez todo mundo focar em outro ponto do trabalho: as letras.
Na canção, Demi fala sobre o relacionamento com Wilmer Valderrama, astro de That ’70s Show que a namorou quando ela tinha 17 anos; na época, ela tinha 29 e é daí que vem toda a temática da canção. Reflexiva e, ao mesmo tempo, com um forte tom de desabafo, serve como um ótimo resumo das intenções de Lovato no disco.
HOLY FVCK e o desabafo de Demi Lovato
Ao ouvir o disco na íntegra, fica mais do que claro que a escolha de seguir por uma direção ligada ao Rock não foi nem um pouco por acaso. A necessidade de Demi de desabafar encontrou nas guitarras seu refúgio; mais direta, e até positivamente agressiva em alguns momentos, a estrela Pop mostra intimidade com a fórmula do sucesso mas não tem medo de explorar caminhos ousados. Isso tudo dá um tom de verdade fundamental a HOLY FVCK.
O maior exemplo disso é “EAT ME”, parceria com Royal & The Serpent e uma das faixas mais pesadas do disco, que traz elementos que remetem ao gosto de Demi pelo Metal. Vale lembrar que ela já falou sobre isso algumas vezes, inclusive relatando a experiência de ter ido a um show do Dimmu Borgir quando mais nova e descrevendo seu carinho por bandas como o He Is Legend.
Os feats do trabalho, aliás, são uma atração à parte. Já na primeira música, YUNGBLUD entrega uma participação fantástica em “FREAK” e sua voz cai com uma luva na proposta da faixa. O mesmo vale para a participação do Dead Sara em “, outro dos pontos altos do trabalho.
De forma geral, HOLY FVCK é um álbum que pode soar estranho para alguns fãs de longa data da cantora. Ainda assim, certamente tem todos os elementos que a consagraram, incluindo sua maravilhosa voz em sua melhor forma, e abre as portas para que essas pessoas possam conhecer um novo mundo musical — faz o mesmo, também, para fãs de gêneros mais pesados que buscam um som fresco e atual. Prometeu e entregou!