Entrevistas

TMDQA! Entrevista: Rico Dalasam fala sobre o EP "Fim das Tentativas" e apresentação no CoMA

Rico Dalasam mostrou ao vivo no festival CoMA as novas canções do EP "Fim das Tentativas" e o TMDQA! aproveitou a oportunidade para conversar com o rapper.

Rico Dalasam fala sobre dor e alívio em novo EP; ouça
Foto: Larissa Zaidan / Divulgação

No dia 3 de Agosto, o rapper Rico Dalasam lançou seu novo EP, Fim das Tentativas, encarado como uma espécie de continuidade do compacto anterior do artista, Dolores Dalas Guardião do Alívio.

Com a produção musical assinada por Dinho, o trabalho de estúdio apresenta seis faixas e a sonoridade mistura as batidas do Rap e do Trap com gêneros mais populares, como o Pagodão Baiano e o Piseiro.

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Entre as participações especiais do material estão as colaborações da banda Tuyo, na faixa-título, e Céu, na canção “Guia de um Amor Cego”, resultando em um trabalho que ao mesmo tempo afaga e atiça, questiona e afirma, embeleza e mostra os segredos mais obscuros do artista.

Rico Dalasam no CoMA

Na última semana, como te contamos aqui, Rico se apresentou no festival CoMA, realizado em Brasília.

No evento, Dalasam mostrou ao vivo as novas canções e entregou um show incrível para o público. O TMDQA! aproveitou a oportunidade para conversar com o rapper e o resultado da entrevista você confere a seguir.

Ao final da matéria, ouça o EP Fim das Tentativas!

TMDQA! Entrevista Rico Dalasam

TMDQA!: Oi, Rico! Muito obrigado pelo tempo. Você lançou um dos EPs mais interessantes do ano até agora e, vendo seu show, fica muito claro que ele está sendo super bem recebido pelo público também, mesmo seguindo uma direção diferente dos trabalhos anteriores. Como está sendo esse momento da sua carreira?

Rico Dalasam: Eu estou muito feliz. Eu estou feliz mais do que no sentido de realizado; eu estou feliz no sentido do realizando. Eu me vejo realizando. Eu estive por um tempo sem conseguir realizar, e depois eu consegui achar um jeito de realizar outra vez e agora eu estou vendo algumas coisas, tá brotando o que eu tô plantando, sabe? Tá começando a brotar.

O Dolores Dala Guardião do Alívio era tudo que eu tinha e nos deu várias alegrias, ainda tem nos dado. Eu prometi pras pessoas que me acompanham a continuação de DDGA e Fim das Tentativas é essa continuação, e a gente conta já de um outro lugar — a gente tira do lugar da fábula e traz pra vida real, e na vida real a gente vai de volta pra vida real, pra bater o pé na vida real e falar que é o fim das tentativas, das coisas que eu não preciso mais tentar porque eu consegui, e das coisas que eu não preciso estar pronto pra achar que é a hora de dar esse passo.

TMDQA!: Falando sobre esse show do CoMA, você veio em 2017 e fez um show maravilhoso. Agora, vem com mais público, com um show maior. Como é voltar aqui hoje e reviver tudo isso?

Rico Dalasam: Eu passei o dia muito emocionado, porque tô com muitas coisas na cabeça. Ao mesmo tempo, eu chego agora no final do show e eu tô suspenso. Ainda tô suspenso.

Tipo, chorei o dia inteiro, agora que foi mó lindo eu tô meio sentindo nada, sabe? Isso é uma suspensão emocional. Mas eu tô em paz. Eu tô sentindo paz. Eu tô sentindo uma paz de quem lutou consigo mesmo, tá ligado? De quem lutou consigo mesmo pra não se distrair na própria dor. Eu tô em paz, eu não tenho que lutar comigo mesmo mais, que é a nossa maior luta.

TMDQA!: A gente comemorou ontem o Dia do Rap Nacional, e você é sem dúvidas uma das pessoas mais importantes desse cenário do Rap. Fala um pouco mais sobre o que o Rap representa pra você?

Rico Dalasam: É muito especial o que o Rap fez comigo ao longo do tempo. Eu só sou grato. Pelo Rap, pela cultura Hip Hop, pelas pessoas que eu encontrei no caminho. O Rap me educou como… O Rap, pra mim, era um homem preto, tá ligado? E, no caminho, ele foi se transformando e hoje o Rap é outra coisa. Hoje, pra mim, o Rap é uma mulher preta. E aí ele me educou, de um jeito duro, como a vida tenta fazer com os homens negros, e no caminho ele se tornou um lugar pra onde eu quero sempre voltar — como o colo de uma mulher preta, de uma mãe. Essa é a minha relação com o Rap, é muito pessoal.

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