Foto de capa por João Arraes
Quando veio surgindo nos últimos anos com sucessos como “Diaba”, Urias era chamada de revelação da música brasileira. Em 2022, essa revelação já é realidade — e é também a Artista do Mês aqui no TMDQA!, celebrando uma nova fase mais experimental, mais confiante e mais essencial do que nunca para a cena nacional.
Tendo divulgado há pouco o EP HER MIND, PT. 1, que como o próprio nome diz é apenas a primeira parte de um projeto muito mais ambicioso, a cantora falou conosco sobre tudo que envolve essa nova fase de sua carreira, desde a buscar por uma internacionalização de suas canções até o retorno a algumas origens, passando também pelo ótimo FÚRIA.
Urias e a viagem por sua mente experimental em HER MIND
Mesmo tendo apenas quatro músicas, a primeira parte de HER MIND passa por mais direções do que qualquer um poderia imaginar. Até dentro de cada música é possível identificar vários universos; a faixa de abertura “R.I.P.”, por exemplo, vai do eletrônico experimental até o Funk carioca.
Tudo isso é o reflexo de uma mente que está sempre pronta para seguir em direções diferentes, que consome a música de forma única e tem recursos para traduzir cada influência de uma maneira própria. Essa mente, aliás, é também o objeto de fala de Urias depois de tanto tempo sendo reconhecida por seu corpo, como ela conta em um trecho do papo:
Em todo lugar que eu vou, em todo lugar que eu tenho que falar, em todo lugar eu acabo tendo que falar do meu corpo. E eu queria falar da minha mente agora, entendeu?! [risos]
É essa mesma mente que se mostra pronta para o sucesso internacional, que já começou a ser alcançado há algum tempo e se expande com HER MIND. Para isso, a artista pensou (e conquistou) um desafio grande: criar algo que soasse brasileiro sem que fosse obviamente brasileiro.
“Nunca era só sobre música”
Em princípio, a tarefa era simples. Incorporar elementos que remetem ao seu país de origem não é algo tão difícil assim, mas o segredo para Urias era fazer isso sem que se tornasse uma caricatura de sua própria sonoridade.
A resposta está nos detalhes que permeiam todo o EP, criando sensações que só a música brasileira pode trazer e que ao mesmo tempo não deixam a cantora se prender em uma única caixinha. Tudo isso, sem dúvidas, é resultado de uma caminhada longa na música, que vem desde antes mesmo de uma relação profissional com a arte.
Em outro momento da conversa, Urias nos conta um pouco mais sobre o papel da música na sua vida e como ela foi capaz de transformar toda sua existência:
Eu acho que é mais [a questão dos] caminhos de expressão que a música possibilita, de você poder deixar as possibilidades de imaginário com muita criatividade. Quando você escreve a música, você literalmente vai pra outro lugar. Mas, pra mim, a minha relação com a música enquanto eu fui crescendo foi uma questão de acúmulo de conhecimento. Porque nunca era só sobre música. Era também sobre moda, era também sobre performance, era também sobre dança, era também sobre estética, sobre arte, tudo que envolve esse universo que é a música também.
Além de todos esses temas, os mais de 40 minutos de conversa com Urias também abordaram questões como o “limite” da exploração sonora, o tom pessoal das letras que a cantora traz e até as suas experiências fora do Brasil, como atração de abertura dos shows de Pabllo Vittar.
Entrevista com Urias no Artista do Mês TMDQA!
Você pode assistir à entrevista exclusiva na íntegra, conduzida por Felipe Ernani, logo abaixo através do vídeo no canal de YouTube do Tenho Mais Discos Que Amigos!. Clicando neste link, você pode conferi-la também em formato de podcast, se preferir.
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