3 lançamentos para ficar de olho: Inocentes, Mukeka di Rato e Yannick Hara

Separamos três novidades do cenário nacional para você conhecer e acompanhar. Inocentes, Mukeka di Rato e Yannick Hara são os nomes da vez!

Inocentes
Foto por Fernando Rocha

O Inocentes segue vivo e produzindo! Os veteranos do punk rock brasileiro lançaram recentemente o EP Queima!, trabalho que resgata a sonoridade “direta, urgente e sem delongas” dos primórdios da banda paulista.

O registro conta com duas faixas, sendo elas “Queima!” e “Eu Vou Ouvir Ramones“. O vocalista Clemente Nascimento conta que, para compor a faixa-título, se inspirou através da relação estreita entre os acontecimentos no Brasil e no mundo:

Está tudo interligado e interdependente. Quando a floresta amazônica é queimada, não chove no sul do país e diminui a produção, e por aí vai. Esse avanço das posições extremistas pelo mundo, a ignorância institucional e institucionalizada em todas as esferas sociais, o capitalismo selvagem e sem controle é um desastre para a civilização, ou encontramos uma alternativa ou a antiga Nova Ordem Mundial vai pro saco, aliás já está indo.

Já “Eu Vou Ouvir Ramones” foi composta pelo guitarrista Ronaldo Passos, que também assume os vocais na faixa. “Não foi a primeira vez que o Ronaldo assumiu os vocais”, conta Clemente. “Pra mim é legal, pois a letra tem aquele humor característico dele, humor ácido, que eu não ia conseguir reproduzir”, completa.

O EP foi gravado no estúdio Wah Wah, com produção de Michel Kuaker. Alexandre Algranti, da Black And Roll Recordings, ficou responsável pela produção executiva e masterização. Além de Clemente Nascimento (voz e guitarra) e Ronaldo Passos (guitarra), o Inocentes é composto por Anselmo Monstro (baixo) e Nonô (bateria).

Mukeka di Rato

Mukeka di Rato
Foto por Renata Sattler

A banda capixaba Mukeka di Rato está de volta com um novo álbum! Intitulado Boiada Suicida, o disco marca o primeiro lançamento do grupo após a saída do vocalista Sandro e a chegada de Fepaschoal.

Carregado de mensagens políticas e contendo os característicos som pesado e humor sarcástico do grupo, o disco foi gravado no final de Maio, no Rio de Janeiro. As sessões rolaram no Estúdio Tambor com produção do mestre Rafael Ramos — que já havia trabalhado com o grupo no disco Carne, de 2007 — e com técnica de Jorge Guerreiro.

No total, são 16 faixas, incluindo os singles “Humano Fracasso” e “Milico“, além de uma cover de Chico César. O novo álbum da Mukeka traz ainda participação especial de Lúcio Maia (Nação Zumbi), na faixa-título “Boiada Suicida”, e Aliado Jota, em “Fome”.

O lançamento de Boiada Suicida marca a volta da banda à gravadora Deck, que assumiu a distribuição digital do registro. Já a Läjä Records, selo do baixista Fábio Mozine, ficará responsável pelas edições em LP, CD e K7.

Yannick Hara

Yannick Hara
Foto por Down Fernandes

Inspirado em “Terra em Transe”, uma das grandes obras do cineasta brasileiro Glauber Rocha, o rapper paulistano Yannick Hara lança o disco Terra em Transe Vol. 2: Politiki, onde promove um encontro do rap com o cinema novo.

O volume 2, “Politiki”, é a continuação do volume 1, o “Brasilis” — EP de 4 faixas lançado em Novembro de 2021 e que, em 2022, virou curta metragem dirigido por Pedro Paulo Rocha, filho de Glauber. O trabalho ainda rendeu um documentário que foi apresentado recentemente no Cine Satyros Bijou, cinema onde foram exibidos nos anos 70 os filmes do cineasta que foram censurados pela ditadura.

O novo álbum de Yannick conta com 7 faixas e traz as participações especiais de Max B.O. (“Cenário de Guerra“) e Tatá Aeroplano (“A Irresponsabilidade Política“). O disco foi produzido pelo beatmaker CrackPiece e gravado por Ricardo Brilhante, em São Paulo, no Estúdio Tyranossom.

Terra em Transe Vol. 2: Politiki apresenta uma sonoridade clássica do rap dos anos 90 e letras com alto grau de protesto. Yannick Hara e CrackPiece criticam nesse projeto, enfaticamente, a política brasileira.