A música brasileira está cheia de grandes compositores, considerados também poetas e mestres das palavras. Há, também, quem tenha feito o caminho oposto: com fama na literatura, escritores e poetas deixaram sua marca na MPB. É o caso de Paulo Leminski, que completaria hoje 78 anos.
Dono de um legado até hoje celebrado na poesia, na prosa, nos ensaios e na tradução, ele ainda escreveu mais de 100 canções e teve suas composições gravadas por nomes como Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Ney Matogrosso, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira. Em 2015, para explicitar ainda mais essa obra musical e musicada, sua filha Estrela Leminski compilou as canções do pai em um songbook com partituras e cifras que podem ser baixadas de modo gratuito.
“Se este songbook fosse feito nos anos 1980, não haveria a necessidade de qualquer justificativa para ele. Neste período, em meio a um ritmo frenético de produção musical, Paulo Leminski foi gravado, comentado e procurado por vários nomes fundamentais da época. Se você fosse um jovem nessa década, em plena inflação galopante, talvez fosse bem mais fácil conhecer sua obra pelas ondas do rádio e especiais da TV do que pelos livros. E, de fato, muita gente o conheceu assim”, conta Estrela na introdução do songbook.
A postura punk e do-it-yourself do autor curitibano se transformou em um dos sinônimos da contracultura brasileira. Mais tarde, em 2013, Paulo Leminski teve sua obra celebrada por crítica e público, com o sucesso de vendas da coletânea “Toda Poesia”, da Companhia das Letras, que teve curadoria da também poeta e compositora Alice Ruiz. E agora, quase 80 anos após seu nascimento, o autor segue conquistando leitores, com edições de seus livros publicadas na Itália, Espanha, Argentina e Estados Unidos, apenas este ano.
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