Roger Waters culpa EUA por guerra na Ucrânia e diz que pode "desaparecer" da mídia por seu posicionamento

Roger Waters reflete sobre poder da internet depois de ser incluído em lista de "pessoas indesejáveis" na Ucrânia. Entenda.

Roger Waters adia pela segunda vez sua turnê "This Is Not A Drill"
Reprodução / YouTube

Roger Waters, dono de fortes opiniões, refletiu recentemente sobre o poder da internet e das redes sociais depois de ter sido incluído em uma lista de “pessoas indesejáveis” na Ucrânia.

A agência de notícias estatal da Rússia TASS (via Whiplash), publicou uma matéria no início desta semana informando que o ex-Pink Floyd foi citado no famoso site ucraniano Mirotvorets depois de suas declarações sobre a Crimeia.

Publicidade
Publicidade

O portal, que costuma publicar dados de indivíduos que as autoridades ucranianas julgam como inimigos do país, incluiu o nome de Waters depois de terem interpretado seus comentários como “um ataque à integridade territorial da Ucrânia”.

De acordo com a agência, a declaração de Waters publicada pelos administradores do portal ucraniano dizia:

Sei que Sebastopol é muito importante para a Rússia e para os russos. Existem muitos tratados e documentos sob os quais a Rússia tem todos os direitos desta cidade. A mudança de poder na Ucrânia, com Washington por trás, simplesmente provocou Moscou a novas ações.

Anteriormente, vale lembrar, Roger Waters disse em entrevista à CNN que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estava cometendo um “crime” por conta de sua postura em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Em entrevista à TASS, o lendário músico declarou o que pensa sobre ter sido incluído na lista do site ucraniano:

Não me importo com isto. É apenas desperdício de ar dos propagandistas. Mas é o trabalho deles, eles sentam e escrevem estas coisas sobre mim pois faz parte do trabalho deles, não levo nada disso a sério.

Sempre polêmico!

Roger Waters reflete sobre poder das redes sociais

Ainda em conversa com a agência de notícias da Rússia, Roger Waters teria dito que está ocorrendo nos EUA um processo para que exista cada vez mais um controle da internet, através de uma parceria entre o governo e as empresas de tecnologia.

Apontando que a internet e as redes sociais são “uma faca de dois gumes”, o músico declarou:

Dentro do país onde moro, e só posso falar pelos Estados Unidos, há uma grande batalha acontecendo e que envolve a voz que represento, que gostaria de uma Internet aberta onde as pessoas possam expressar livremente suas opiniões, sem medo de serem canceladas, deletadas da internet.

O cantor argumentou que os defensores da internet aberta não querem que ela se torne o romance 1984 de George Orwell, uma “ferramenta do Big Brother para fazer todos pensarem em conformidade, e todos se curvarem ao Big Brother e aceitarem isso”.

Em seguida, Waters citou o Facebook (rede social proibida na Federação Russa pois é reconhecida como extremista pelo país) e o Google apontando que “todos caem nas mãos de quem quer conspirar com o Pentágono e a CIA, o FBI e o governo para produzir 1984, onde somente eles têm permissão para divulgar sua mensagem”. Ele finalizou:

E é por isso que você vê sites sendo cancelados.

Ao final, Roger Waters não negou o fato de que seus posicionamentos políticos podem resultar em consequências envolvendo os meios de informação. Ele admitiu:

O que você precisa mais do que qualquer outra coisa em quase qualquer tipo de conflito sobre ideologias políticas e/ou filosóficas é ouvir o que o outro lado está dizendo. Então, eu não ficaria surpreso se eu desaparecesse em breve, assim como a mídia popular não vai falar sobre meus shows.

Será?

Sair da versão mobile