É comum encontrar quem chame qualquer usuário de maconha de “preguiçoso” ou que desmereça sua capacidade de ascensão profissional como se o fumo da canabbis limitasse suas ambições na vida.
No entanto, como relatou o The Guardian, já passou da hora desse estereótipo cair por terra. Quem afirma são pesquisadores da Universidade de Cambridge que estudam a erva.
Eles garantem que não há distinção dessas pessoas em relação aos não usuários da droga quando o assunto é motivação, seja no sentido de recompensas, prazer ou apenas respostas cerebrais. A PhD Martine Skumlien explica:
A gente está tão acostumado a ver ‘chapados preguiçosos’ nas nossas telas que não paramos para nos perguntar se esta é uma representação adequada. Nosso trabalho implica que… pessoas que usam a cannabis não tendem a ser mais desmotivadas ou preguiçosas que as pessoas que não fumam maconha.
Ainda assim, é importante trazer uma ressalva feita pelos pesquisadores: o estudo, até o momento, avalia apenas as consequências do uso recreativo da droga. Para pessoas cujo consumo se configura como um transtorno, ainda é possível que a motivação seja de fato afetada — essa é, inclusive, a próxima fase do estudo.
Estereótipo atrapalha alertas sobre a maconha
A pesquisadora também disse que fumar a planta pode culminar em outros eventos ruins, mas reforça que o estereótipo do usuário é “estigmatizado” e pode fazer com que os alertas sobre o prejuízo da cannabis sejam menos eficazes. Martine destacou:
Nós precisamos ser honestos e francos sobre quais são e não são as consequências prejudiciais do uso de drogas.
A maconha, segundo o The Guardian, é a terceira substância controlada mais comum no mundo inteiro, perdendo apenas para o álcool e nicotina. Ainda de acordo com o jornal, um estudo apontou que quase um em cada cinco (19%) adolescentes de 15 anos na Inglaterra tem usado a cannabis nos últimos 12 meses.
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