Tyler, The Creator é hoje um dos artistas mais celebrados da música mundial. Com dois álbuns seguidos estreando como #1 na Billboard Hot 100 e ambos tendo vencido o Grammy para “Melhor Álbum de Rap”, é possível dizer que ele é o artista mais consistente do gênero nos últimos 5 anos.
Além disso, o cantor é uma das figuras mais amadas — e amáveis — da música atual. Mas nem sempre foi assim. Como chegamos aqui?
Em seu início, Tyler era… complicado
No final dos anos 2000, Tyler começou a fazer barulho como o líder do Odd Future, um coletivo de rappers adolescentes de LA que passou a atrair a atenção de toda a cena, e de onde também saíram grandes artistas como Earl Sweatshirt, Frank Ocean e Syd.
O conteúdo do grupo era bem “na sua cara”, sem meias palavras. Humor controverso era um grande foco, mas misoginia, homofobia e agressividade apareciam com grande frequência nos sons do grupo. Quanto isso chamava atenção? Bem, eles foram coletivamente banidos da Nova Zelândia.
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T, como o grande nome do grupo, não tinha nenhum problema com isso. Na verdade, isso chamava atenção de muita gente, atraindo críticos grandes e também o apoio de grandes artistas.
Em 2009, Tyler lançou sua primeira mixtape, Bastard, e o conteúdo não diferia muito: sentimentos agressivos aparecem durante todo o disco, em determinados momentos cruzando a linha do aceitável. Em seu primeiro disco Goblin, o MC atingiu sucesso global com o hit “Yonkers”, aquele em que ele come uma barata ao som de uma letra que fala, entre outras coisas, sobre “esfaquear Bruno Mars em seu esôfago”.
Seus álbuns seguintes, embora levemente mais maduros (bem, o artista já passava dos 20 anos), também eram repletos de controvérsias.
Wolf ainda tem muitos dos problemas de Goblin, mas ali o artista começava a aparecer mais: sua marca de roupas, GOLF, começava a fazer sucesso, e ele ganhava mais destaque como diretor de vídeos.
Cherry Bomb, seu terceiro álbum de estúdio, foi o começo do desabrochar do MC: influências e colaborações diversas apareceram no disco, de Death Grips a Kali Uchis. Apesar do disco ser na melhor das hipóteses divisivo de um ponto de vista de qualidade, havia já uma mudança, com quase nada do ‘Shock Rap’ que o marcou.
O álbum é como um ponto que marca uma virada na carreira. Mas, por ser um disco com pouca profundidade, ainda não era suficiente para mudar sua imagem para o público geral.
Com seus três próximos discos, surge um novo artista
Esqueça este cara de quem falamos até agora. Em 2017, chega ao mundo Flower Boy, álbum que parece feito por outro homem.
Se alguma vulnerabilidade existia em seu trabalho mais antigo, aqui ela é o foco do trabalho, tocando em algo inesperado: sua sexualidade. Tyler anuncia que “beija homens brancos desde 2004”, além de falas que deixam o tema aberto para interpretações — o que chocou muitos fãs, dado o uso recorrente de homofobia em seu início.
Mas, ao mesmo tempo, trouxe a empatia de muitos, que podem entender de onde veio aquele sentimento. E, olhando com atenção, ele já havia tentado dizer isso. Bônus: o álbum é simplesmente INCRÍVEL.
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IGOR complementa isso. O álbum foge muito do estilo antigo do MC, sendo praticamente meio a meio entre rap e canto. A temática, majoritariamente, é de um término de relacionamento com outro homem, que estaria entre ele e uma mulher. A produção e o estilo vocal tornam a obra um dos melhores álbuns lançados nos últimos anos.
E, com ele, Tyler se tornou o artista favorito de muitos, pela forma que se expôs e, claro, pela incrível qualidade sonora — que, aliás, foi totalmente composta e arranjada por ele mesmo.
O mesmo se deu com CALL ME IF YOU GET LOST, último projeto do MC. Embora mais focado no rap e não tão “revelador”, o trabalho tem sons de altíssima qualidade e foi o melhor álbum de rap do último ano, colocando novamente Tyler num posto de destaque.
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Essa é só a parte da música, já que a genialidade do MC se expande, como ele cita na faixa acima.
Sua personalidade extremamente carismática junto com sua maturidade adquirida o colocaram num posto de destaque da música para o mundo todo, sendo um dos artistas mais talentosos da atualidade e se tornando uma das pessoas mais carismáticas no período. Se você ainda não está com ele, você é quem está perdendo.