Quando explodiu como um dos maiores grupos do K-Pop no mundo inteiro, o BLACKPINK tinha tudo para furar a bolha e atingir pessoas que não consomem o gênero. Veio o tão aguardado The Album e, infelizmente, isso não aconteceu. Anos depois, BORN PINK parece ter chegado para finalmente cumprir essa missão.
Logo de cara, “Pink Venom” foi lançada como single para provar que Jisoo, Rosé, Lisa e Jennie não estavam de brincadeira. Com um visual provocativo e um tom pra lá de experimental, a música logo chamou a atenção de alguns grupos que não costumam consumir nada de K-Pop, como os fãs de Rock.
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E, acredite, quem vem desse lado e consegue deixar o preconceito com o coreano pra trás vai ter uma grata surpresa em BORN PINK. A primeira prévia é de fato o auge do peso e do experimentalismo — e, devido ao sucesso da canção, resta torcer para que outras coisas nessa linha surjam em breve — mas todo o disco chega com forte presença de guitarras, com destaque para “Hard to Love”, que tem uma linha repleta de groove.
BLACKPINK, os limites do K-Pop e a volta das guitarras
Se você acompanha o TMDQA!, sabe que já falamos algumas vezes por aqui sobre como o “Pop com guitarras” está sendo resgatado há algum tempo. Isso ficou muito claro, aliás, no Rock in Rio 2022, quando artistas como Demi Lovato subiram ao palco para apresentar seus hits em versões que remetem à fase de ouro das seis cordas na rádio e televisão.
Talvez o único lugar do qual elas ainda estivessem distantes (ao menos dentre os grupos mais populares), o K-Pop agora passa a recebê-las graças a BORN PINK. E a tendência, felizmente, é que outros grupos sigam direções semelhantes, visto que não há dúvidas de que faixas como “Yeah Yeah Yeah” e “Tally” se tornarão clássicos e vêm totalmente baseadas na guitarra.
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Mesmo onde elas não estão presentes no disco, o BLACKPINK se destaca pelo experimentalismo que provavelmente é resultado do período em carreira solo das integrantes nos últimos anos. No fim das contas, BORN PINK serve como uma plataforma para artistas incríveis somarem suas influências e criarem algo único.
Naturalmente, alguns elementos genéricos ainda aparecem, talvez para “acostumar” o público à mudança, mas faixas como “Typa Girl” provam o quanto é possível explorar sonoridades bem diferentes e com um tom até relativamente sombrio sem perder o apelo radiofônico.
Não é à toa que Rosé diz, com todas as letras, que é “tão Rock and Roll” lá em “Pink Venom”. Hora de abrir a cabeça e colocar o fone pra ouvir BORN PINK!