Brasília é uma cidade que tem um significado especial para o Planet Hemp. E isso vai além do fato de ser a capital federal, casa de tantos políticos e, por consequência, alvo de diversas críticas por parte de Marcelo D2, BNegão e companhia.
A banda finalmente voltou ao centro do país no dia 3 de Setembro, trazendo seu novo show para o Na Praia Festival, um dos eventos mais importantes da cidade e que movimentou os últimos meses com atrações que vão de Jorge e Mateus até Emicida e Baco Exu do Blues.
Logo depois de se apresentar no palco do evento — que momentos depois receberia o sempre ótimo show do BaianaSystem —, a dupla de vocalistas do Planet conversou com o TMDQA! e falou sobre sua relação com a cidade, além de relembrar o fatídico episódio de sua prisão em 1997, que aconteceu justamente no Distrito Federal.
BNegão, por exemplo, destacou a força do Rock de Brasília e como ele influenciou o próprio Planet antes mesmo das bandas como Capital Inicial e Legião Urbana estourarem no país:
Mesmo antes [da prisão] já era uma cidade importante. A própria geração de música, a gente já curtia as bandas dos anos 80 daqui, antes mesmo das dos anos 90. Detrito Federal, geral. Então, tipo, quando Paralamas [do Sucesso], que é do Rio mas estourou aqui vem, já tinha uma relação muito legal. A gente tinha essa relação com Brasília de antes.
Marcelo D2 relembra prisão do Planet Hemp e compara juiz da época a Sérgio Moro
Já D2, além de ter ressaltado que “o Rock de Brasília foi muito icônico pra nossa geração”, destacou que a banda sempre foi muito bem recebida na capital. Inclusive, para ele, esse pode ter sido um dos motivos para Vilmar José Barreto Pinheiro ter mandado prender a banda (e proibido a realização de shows e venda de discos da banda no DF) em 1997:
A prisão talvez tenha sido justamente porque a gente é muito bem recebido aqui! [risos] A prisão também foi uma coisa muito midiática, porque prisão em Brasília, tinha toda aquela coisa… um juiz federal, era meio o Sérgio Moro da época. Queria aparecer, queria dar o golpe e fazer o nome em cima de alguém e viu a gente como alvo.
Marcelo, claro, reforçou que “ama Brasília” e que a cidade é “muito importante pro Planet, por isso e por outras coisas”, mas é inevitável que a associação sempre aconteça.
Condenação do próprio Juiz
A história toda ganha ainda novos tons quando nos lembramos do fim que teve o juiz que prendeu os integrantes do Planet Hemp.
Esse fato, aliás, é lembrado pelo próprio grupo em todos os seus shows através de um vídeo exibido no telão que mostra o destino do ilustríssimo Vilmar: ele foi condenado em 2013 por ter recebido dinheiro para liberar um traficante de drogas. Infelizmente, continuou recebendo seu salário integralmente.
Exibido em Brasília, o vídeo da matéria em questão foi ovacionado quando a banda o apresentou no show do Na Praia Festival, que entregou aos caras uma estrutura impecável para um show inesquecível e fundamental no ano de 2022.
Planet Hemp lançará single novo em breve
Em tempo, o Planet Hemp — que está de Instagram novo (siga aqui!) pois teve a sua conta principal derrubada pela rede social — vai divulgar no dia 20 de Setembro a primeira prévia de seu álbum de inéditas.
“Distopia”, faixa com participação de Criolo, dará início a um ciclo que tem tudo para ser um dos mais importantes da música brasileira neste ano. Vem aí demais!