27 de Setembro de 1986: há exatos 36 anos um acidente de ônibus matava Cliff Burton, baixista do Metallica, e a data entrava para a história como um dos dias mais tristes para o rock and roll.
Antes de chegarmos ao fatídico dia, vamos relembrar um pouco sobre como Cliff tornou-se um respeitado músico no mundo tão exigente do heavy metal.
Início da carreira
Cliff nasceu na Califórnia e tinha dois irmãos, Scott e Connie, e um pai que lhe apresentou música clássica levando até à matrícula em aulas de piano.
O cara começou a tocar baixo aos 13 anos de idade e, antes do heavy metal, se apaixonou por estilos como jazz, rock and roll, country e blues, o que lhe fez ser um músico não apenas extremamente talentoso como também com muito conhecimento técnico.
O incentivo para tocar baixo já veio de uma tragédia familiar e, após a morte do irmão, Burton disse que “seria o melhor baixista de todos em sua honra”.
A promessa foi cumprida e os ídolos vieram na forma de nomes como Lemmy Kilmister, Geezer Butler e Geddy Lee.
Los Angeles e Metallica
No início dos anos 80, a cena de rock and roll em Los Angeles estava começando a pegar fogo e Burton já havia se envolvido com vários projetos em outras regiões da Caifórnia.
No ensino médio, na Castro Valley High School, ele esteve em uma banda chamada EZ-Street que ainda tinha “Big” Jim Martin (Faith No More) e Mike Bordin (Faith No More, Ozzy Osbourne).
Uma outra banda chamada Agents of Misfortune (ou, ironicamente, Agentes do Infortúnio) surgiu a partir desse grupo e, ao participar de uma batalha de bandas, Cliff já mostrou riffs que se tornariam parte de músicas do Metallica, como “Anesthesia (Pulling Teeth)” e “For Whom The Bell Tolls”.
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Em 1982, Cliff entrou na maior banda onde já havia tocado, o Trauma, e o grupo foi se apresentar em Los Angeles.
Por lá, tocou no lendário Whisky A Go Go e quem estava na plateia assistindo eram James Hetfield e Lars Ulrich, fundadores do Metallica, formado um ano antes.
Diz a lenda que os dois ouviram um solo espetacular e foram procurar o guitarrista que havia tocado aquilo no palco. Ao descobrirem que se tratava de uma linha de baixo, convidaram Cliff na hora para substituir o ex-baixista Ron McGovney, e ele teria concordado por achar que o Trauma estava virando “uma banda comercial”.
A única condição era que o grupo se mudasse de Los Angeles para a região de San Francisco, e o Metallica aceitou ao deslocar sua base para El Cerrito, na região da Bay Area.
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O resto é história: juntos, Cliff Burton e Metallica gravaram os clássicos Kill ‘Em All (1983), Ride the Lightning (1984) e Master of Puppets (1986), até que, quando o Metallica estava no melhor momento de sua carreira, um desastre aconteceu.
Morte
Em 26 de Setembro de 1986, o Metallica tocou em Estocolmo, na Suécia, naquele que seria o último show com o baixista.
Enquanto a turnê pela Europa acontecia, os integrantes reclamavam dos pequenos espaços onde dormiam no ônibus, e havia uma espécie de sorteio constante para saber quem dormiria em qual.
A história conta que na noite de 26 de Setembro, Cliff ganhou nas cartas com um ás de espadas (alô, Motorhead) e escolheu o espaço de Kirk Hammett, dizendo que dormiria por ali.
O guitarrista aceitou a derrota e foi dormir na parte da frente do veículo, que pouco antes das 7 da manhã do dia 27 de Setembro saiu da pista e capotou, com Burton sendo arremessado para fora pela janela.
O ônibus caiu em cima do baixista e o matou, e o músico que havia começado a carreira nas quatro cordas como uma forma de homenagear o irmão morto deixava o mundo cedo demais aos 24 anos de idade.
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O motorista do ônibus disse que o que causou o acidente foi gelo na pista, e integrantes da banda rejeitaram a teoria, pois garantiram que andaram pela estrada após o acidente e não viram gelo nela.
Eles alegaram que o cara havia dormido ou teria bebido antes de dirigir, mas o profissional declarou, em julgamento, que estava completamente descansado pois repousara em todo dia anterior.
Outro motorista de ônibus que transportava o equipamento da banda confirmou essa informação e a versão do gelo na pista e o motorista não foi responsabilizado pelo acidente judicialmente.
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Influência e legado
Após a morte de Cliff Burton, o Metallica escreveu uma canção chamada “To Live Is To Die” em sua homenagem.
A banda recrutou Jason Newsted, do Flotsam and Jetsam, para o posto em que ele esteve até 2001 quando saiu do grupo e foi substituído por Robert Trujillo.
No disco …And Justice For All, de 1988, Cliff é creditado como autor de partes da letra e de riffs da canção em sua homenagem e, em 2009, o cara entrou para o Hall da Fama do Rock And Roll junto com a banda.
Seu pai, Ray Burton, aceitou o prêmio e disse que a mãe do músico era a maior fã do Metallica.
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Por sua formação clássica e talento impressionante com o baixo, Cliff Burton era sempre comparado a grande nomes da história da música, e é um baita exercício de imaginação pensar onde e como o Metallica e o próprio gênero musical estariam hoje se ele não tivesse morrido.
Há exatos 36 anos, essa pergunta ficou sem uma resposta.