"Nunca mais quero ouvir ABBA": ex-prisioneiro de guerra na Ucrânia relata tortura com músicas da banda e do Slipknot

O britânico Shaun Pinner era forçado a ouvir músicas de ABBA, Slipknot e Cher repetidamente durante 24 horas para não dormir enquanto foi preso de guerra.

Shaun Pinner prisioneiro Ucrânia
Foto: Agência AFP

Você provavelmente já viu em filmes ou séries um momento em que uma música é colocada no último volume, repetidamente, como forma de torturar alguém. Infelizmente, isso aconteceu na vida real com Shaun Pinner, soldado britânico que foi prisioneiro da guerra na Ucrânia.

O homem de 48 anos foi libertado nas últimas semanas junto com nove prisioneiros como parte de troca com a Rússia. Depois disso, ele relatou os horrores que viveu nos seis meses em que esteve sob custódia.

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Entre sessões de tortura envolvendo espancamento, choques elétricos e execução simulada, ele também era obrigado a ouvir “Believe” da cantora Cher, “Mamma Mia” do ABBA e músicas não especificadas do Slipknot repetidamente durante 24 horas, sem poder dormir.

Em entrevista ao jornal The Sun, Shaun Pinner disse que sobreviveu à base de “pão velho e água suja”, e descreveu outros momentos desesperadores:

Eu pensei que ia morrer, era o inferno na Terra. Os últimos seis meses foram os piores da minha vida. Eu estava cercado por separatistas russos, eles me despiram e bateram em mim por 20 minutos. Parecia que eles apenas faziam isso por diversão. Nunca mais quero ouvir uma música do ABBA ou ver um pedaço de pão. Tivemos que nos agarrar a algum tipo de esperança e foi assim que sobrevivi. Eu tenho muita sorte de estar em casa.

Soldado foi libertado por ex-dono do Chelsea

O britânico, cuja esposa é ucraniana, entrou para o Exército do país como soldado contratado, mas foi capturado em abril durante o cerco russo na cidade de Mariupol.

Em junho, ele chegou a ser condenado à morte como mercenário, mas foi libertado na semana passada graças a uma negociação intermediada pelo oligarca russo Roman Abramovich, ex-proprietário do time de futebol Chelsea.

Shaun Pinner chegou a encontrar o bilionário, a quem é muito grato:

Quando o vi, eu falei que ele realmente se parecia com Roman Abramovich. Ele respondeu: ‘É porque eu sou’. Ele disse que trabalhava com ajuda humanitária. Tiramos uma foto e perguntei por que ele não comprou o West Ham. Ele respondeu que o Chelsea era mais perto de sua casa. Ele realmente salvou minha vida.

Que loucura!

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