Um encontro histórico entre duas figuras icônicas e aparentemente opostas do século XX aconteceu 25 anos atrás, quando o papa João Paulo II recebeu o cantor Bob Dylan para um Congresso Eucarístico em Bolonha, na Itália.
O evento, realizado em 27 de setembro de 1997, era voltado exatamente para os jovens e a música que fazia sucesso entre eles, e cerca de 300 mil católicos compareceram.
Dylan não estava apenas marcando presença — ele também tocaria algumas músicas. Mas, antes de começar sua apresentação, o papa usou versos do clássico “Blowin’ In The Wind” para fazer um discurso à multidão:
Você diz que a resposta está soprando no vento, meu amigo. E está mesmo: mas não é o vento que sopra as coisas, e sim a respiração do Espírito Santo, a voz que chama e diz: ‘vem!’. Você me pergunta quantas estradas um homem deve percorrer antes de se tornar um homem. Eu respondo: há apenas um caminho para o homem, e é o caminho de Jesus Cristo, que disse: ‘eu sou o Caminho e a Vida’.
Como era de se esperar, dada a conjuntura da época, muitas críticas surgiram à postura do papa por supostamente abrir espaço para uma figura polêmica, até por seu apelido de “profeta do Rock”.
Bob Dylan tocou três músicas e cumprimentou o papa
De toda forma, eventualmente chegou o momento de Bob Dylan e sua banda tomarem o palco, onde tocaram simplesmente “Knockin’ on Heaven’s Door”, “A Hard Rain’s A-Gonna Fall” e “Forever Young”.
Depois disso, em um momento que se tornaria histórico e está registrado no vídeo que você pode assistir logo abaixo, o cantor subiu as escadas, tirou o chapéu de cowboy e cumprimentou o papa.
É importante registrar que Dylan cresceu em uma família judia e, no início da carreira, dizia sentir essa influência em seu trabalho.
Mais tarde, no fim dos anos 70, ele se declarou um “cristão convertido” e lançou três discos de inspiração evangélica: Slow Train Coming (1979), Saved (1980) e Shot of Love (1981). Depois desse período, seus lançamentos quase não passam pelo tema da religião.
Assista abaixo ao curioso encontro entre o papa João Paulo II e Bob Dylan.