O tradicional festival Encontro das Tribos esteve de volta no último final de semana depois de dois anos de pausa. A edição de 2020, que já estava marcada mas não ocorreu por conta da pandemia, teve um line-up e estrutura turbinados após dois anos de espera para comemorar a marca de 20 anos de festival.
Palcos esteticamente impecáveis
Os dois palcos do festival foram postos lado a lado, de forma que o público não precisasse se locomover nada para acompanhar o show seguinte.
Ainda teve um ótimo resultado em termos de logística: os shows começavam menos de 5 minutos após o término do anterior, sem os comuns atrasos ou shows encurtados, coisa que muito se vê nos festivais país afora.
O público, muitas vezes, ficava um pouco mais distante do artista, mas era o ônus para ter um prosseguimento perfeito dos shows.
Destaque também para os visuais, com belos jogos de cores e um polvo gigante que parecia estar de olho em tudo o que acontecia. Meio surreal, mas muito belo.
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Rap traz shows marcantes ao festival com Djonga, Criolo, Matuê e Racionais
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Djonga, Criolo e Matuê foram as grandes atrações do Rap no festival além de, claro, Racionais MC’s.
Criolo, ainda no meio da tarde, teve um dos shows altamente considerados como um dos melhores de todo o dia, com apenas elogios sendo feitos. O artista trouxe boa parte de seu trabalho mais recente, Sobre Viver, além de clássicos.
No final do dia, Matuê convidou Teto e a dupla fez outra ótima apresentação, com o último cuidando da primeira metade do show e Tuê botando fogo em tudo, com foco em seus inescapáveis hits que dominaram o cenário nos últimos 5 anos.
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Djonga e Racionais tiveram shows carregados de mensagens políticas, embora, seguindo a lei, não pedissem votos a nenhum candidato.
O primeiro, trazendo toda a sua já conhecida energia, falou sobre “fazer a coisa certa” nas eleições, em um show em que ele mesmo não sentiu um público tão agitado, inclusive expressando algum desânimo. Apesar disso, seus principais sons foram cantados a plenos pulmões.
Racionais teve, provavelmente, o maior show da noite. Passando por seus maiores sucessos e alguns sons do trabalho mais recente, Cores & Valores, o grupo mostrou uma apresentação muito bem ensaiada e pesada, colocando foco na mensagem a cada som.
Destaque ficou por este discurso muito relevante de Mano Brown, onde disse que “preto no Brasil enriquece e vira branco”, antecedendo a icônica “Negro Drama”.
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A base do festival segue muito forte
Artistas de Reggae sempre foram, talvez, o maior foco do Encontro das Tribos.
Nesta edição, eles tiveram muito espaço ao longo de todo o dia. Destaque para a sequência Maneva – Cidade Verde – SOJA, artistas que estão entre os favoritos do público do festival e trouxeram toda a calmaria necessária.
O SOJA, inclusive, teve um dos shows mais bem falados pelo público do festival nas redes e pela pista.
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Antes e depois destes, tivemos ainda ConeCrewDiretoria e Planet Hemp, artistas com grande afinidade com o Reggae e com o festival, no qual já podem se dizer veteranos. O Planet, aliás, fez o que para este que vos escreve foi o mais divertido show da noite.
Obrigado e já estamos aguardando a próxima edição, Encontro das Tribos!