Você já pode ter ouvido a música “Tropa de Elite”, do Tihuana, em peças de campanha de Jair Bolsonaro à reeleição. Acontece que o ex-vocalista da banda, Egypcio, foi às redes sociais nesta terça-feira (25) para dizer que o grupo não liberou o uso da canção.
Em um vídeo publicado em seu Instagram (assista ao final desta matéria), o cantor disse que é contra o atual governo, e que tem sido confundido com um apoiador do presidente por causa do uso indevido da música:
Venho recebendo diversas mensagens de fãs e amigos questionando por que o nosso presidente e seus aliados estão usando ‘Tropa de Elite’ nas campanhas eleitorais. E isso já se estende há anos, né? Da outra vez que ele se candidatou, também usou. Isso causou uma indignação muito grande para mim. Eu tô ali cantando e de repente pode parecer que tem tudo a ver. Mas queria deixar claro para vocês que sou contra esse governo, sempre fui e não faço parte disso.
Música do Tihuana não tem significado militar
Vale lembrar que a música “Tropa de Elite” ficou fortemente associada à força policial e militar, que é base de apoio a Bolsonaro, depois de ser usada no filme Tropa de Elite (2007), de José Padilha.
Mas, segundo Egypcio, a ideia original da letra era apenas falar sobre festas, juventude e amizade. O cantor também explicou que está tentando judicialmente impedir que Bolsonaro use a canção na campanha:
Não tem nada a ver, a música fala sobre outro assunto, mas acabou ganhando um duplo sentido tão grande pra essa corporação, esse meio militar todo. Rendeu um filme, foi legal pra gente. Mas a letra fala de ‘zoeira’, de sair em galera, ir pra balada, coisa que a gente fazia quando tinha 20 e poucos anos. Eles estão usando impropriamente, se apoderaram da música. A gente tá procurando nossos direitos para tentar tirar, mas é muito difícil, os caras são muito poderosos. Eu espero que ele não ganhe e que a música não ajude ele.
Que situação, hein? Assista abaixo ao vídeo com o desabafo de Egypcio.
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