Por Rafael Teixeira e Felipe Ernani
O ano era 2007. Este redator estava no 9º ano do colégio, formando o gosto musical e conhecendo os grandes clássicos do Rock, e quando chegava da escola seguia sempre o mesmo roteiro: almoçar, pegar uma barra de chocolate e ligar o seu PlayStation 2 para jogar Guitar Hero III: Legends of Rock.
Neste dia 28 de outubro de 2022, o icônico jogo está completando 15 anos de lançamento. Com ajuda do criador de conteúdo Guigo Akirah, o TMDQA! preparou uma matéria especial para lembrar por que o título revolucionou a forma como nos relacionamos com os videogames e apresentou o Rock and Roll a toda uma geração de jovens.
Vem com a gente!
Enredo inovador e batalhas contra “chefões” como Tom Morello
Guitar Hero III foi o primeiro título da franquia desenvolvido pela Neversoft e publicado pela Activision. Guitar Hero (2005) e Guitar Hero II (2006) tinham as assinaturas da RedOctane e Harmonix Music Systems, empresas menores e, por consequência, com menos recursos.
Por isso, os novos responsáveis buscaram algumas inovações. O terceiro jogo da série é o primeiro a ter os modos cooperativo offline e competitivo online, e também um enredo completo no modo carreira.
Em Guitar Hero III, o jogador controla uma banda iniciante que faz um contrato com Lou, um empresário misterioso que depois de levar o grupo ao estrelato revela ser o próprio Diabo. Os músicos, então, são forçados a batalhar contra ele no submundo por suas almas.
Outros “chefões” são Slash (Guns N’ Roses) e Tom Morello (Rage Against The Machine), que depois de derrotados se tornam personagens jogáveis, junto com outros 13 avatares que podem ser personalizados com roupas e adesivos para suas guitarras.
A trilha sonora conta com mais de 70 canções que são bem mais “pesadas” com relação aos títulos anteriores, como “Before I Forget” do Slipknot, “The Number of the Beast”, do Iron Maiden e “One”, do Metallica.
O jornalista e criador de conteúdo gamer Guigo Akirah foi um desses jovens que conheceu grandes bandas de Rock graças ao jogo:
Apesar de ter começado a jogar Guitar Hero pelo 2, foi o 3 que despertou em mim a paixão pela música. Foi esse jogo que me inspirou a começar a tocar guitarra de verdade e conhecer sobre as bandas que participaram dessa edição. Eu já sabia quem era o Slash, por exemplo, mas naquela época eu só conhecia ‘Sweet Child O’Mine’ do Guns n’ Roses, assim como eu já sabia o que era o Rage Against The Machine, mas não conhecia muito sobre o Tom Morello.
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De covers às gravações originais
Outro ponto bastante importante que demonstra a mudança de patamar com a entrada de gigantes dos games na franquia é a presença de gravações originais das músicas.
Isso porque, no primeiro jogo, literalmente todas as músicas foram regravadas por uma equipe de músicos contratada pelas produtoras para recriá-las da forma mais fiel possível, já que adquirir as masters de grandes hits do Rock e Metal era algo considerado totalmente inviável.
Em Guitar Hero II, algumas das músicas já passaram a aparecer com suas gravações originais, em especial as faixas bônus, que incluíam artistas menores mas também bastante interessantes, como Every Time I Die, Buckethead e All That Remains — todos ganhando uma exposição que ia muito além do que se poderia imaginar.
Foi finalmente no terceiro jogo onde as masters se tornaram maioria, com apenas 19 músicas tendo sido regravadas contra 29 versões originais. Isso tudo, claro, também evidencia o grande trabalho feito pelo time de regravações, que fez esse fato passar despercebido por muitos dos jogadores.
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Sucesso de vendas graças à dificuldade e controle-guitarra
Guitar Hero III: Legends of Rock foi lançado em um ano bastante competitivo para os videogames. 2007 também marcou a chegada de Halo 3, Call of Duty 4, Assassin’s Creed e BioShock, por exemplo.
Ainda assim, Guitar Hero vendeu quase 1,5 milhão de cópias e faturou mais de 100 milhões de dólares apenas na primeira semana de lançamento, e isso contando só a América do Norte. Em 2011, se tornou o jogo mais vendido de todos os tempos no continente.
Muito disso se deve ao nível de dificuldade do game, que tinha os modos “fácil”, “médio”, “difícil” e o temido “expert”, que praticamente exigia o uso do controle externo em forma de guitarra, que imitava uma Gibson Les Paul.
Guigo Akirah lembra como aquela nova forma de jogar marcou época, especialmente entre os gamers que não tinham um controle-guitarra, e mesmo assim “zeravam” o jogo usando apenas o joystick:
Acho que na história dos games musicais, pelo menos aqui no Brasil, nenhum outro conseguiu ter o alcance do Guitar Hero III. Talvez o Just Dance, mas em menor escala. Na época todo mundo queria comprar uma guitarrinha de plástico, mas como era cara, todo mundo se virava no controle mesmo. Aquilo ficou marcado na mente de muita gente e todo mundo sente saudade daquela época.
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Relembre a batalha contra Lou, the Devil e “Through the Fire and Flames”
Confesse: esse vídeo acima te deu gatilho, né? Afinal, provavelmente você já perdeu (ou ganhou?) algumas horinhas de vida tentando completar 100% de acerto em “Through the Fire and Flames”, do DragonForce, ou sequer completar a música. Bons tempos!
Pra matar a saudade, relembre a tão temida batalha contra Lou, the Devil ao som de “The Devil Went Down to Georgia”, na versão Metal feita por Steve Ouimette, no modo expert. Na sequência, confira um dos vídeos mais recentes de Guigo Akirah jogando Guitar Hero.
https://twitter.com/guigoakirah/status/1585658470182928386