Elon Musk, considerado o homem mais rico do mundo, concluiu a compra do Twitter na noite da última quinta-feira (27) e, ao que tudo indica, em breve a plataforma vai passar por algumas mudanças.
O portal The Verge (via CoS), apontou que o Twitter pretende cobrar dos usuários até U$19,99 (cerca de R$100) por mês para que eles tenham a verificação (selo azul) em seus perfis.
Segundo o plano proposto, a rede social fará da verificação um dos principais recursos de sua assinatura premium, o Twitter Blue. Atualmente, os assinantes do serviço que está disponível apenas em alguns países pagam U$4,99 (cerca de R$25) por mês por recursos como botão de edição, um modo de leitor personalizado, marcadores e muito mais.
Musk supostamente quer triplicar o preço ao incluir aos usuários não verificados a oportunidade de ter o selo azul ao lado de seus nomes. O portal indica, inclusive, que os usuários que já foram verificados teriam 90 dias para se inscrever no Twitter Blue ou perderiam seu selo.
Elon Musk e mudanças no Twitter
A suposta nova medida de Elon Musk se tornou uma preocupação, já que pode desencadear uma serie de problemas.
O correspondente do The Washington Post Philip Bump argumenta que o objetivo da verificação do Twitter é combater a desinformação e as contas fakes, verificando determinados usuários e organizações.
Bump acredita que permitir a compra do selo azul por qualquer pessoa pode fazer com que a plataforma acabe tendo usuários disfarçados de celebridades, políticos, repórteres ou de outras figuras notáveis que postem informações falsas que podem se tornar virais, sem a capacidade de checagem de fatos.
Palestrante do TED, Katie Mack também refletiu sobre a mudança, dizendo:
Suspeito que, se essa mudança acontecer, de forma geral será mais difícil para qualquer pessoa saber quais informações são confiáveis ou confirmadas por uma pessoa ou organização real. Mais ruído, menos sinal.
A possível estratégia também foi comentada por Jeff Ullrich, cofundador da Earwolf – rede de podcasts de comédia americana. Ele comentou:
Se presumirmos que as pessoas pagariam apenas pela [verificação] porque tem valor, podemos reconhecer que há um benefício em ser verificado. Esse benefício para muitas pessoas é a credibilidade e o acesso a conversas/pessoas/oportunidade/igualdade que de outra forma não estariam disponíveis para elas.
[…] O resultado geral é uma plataforma que eleva as vozes daqueles que podem pagar a taxa. O que garante uma perspectiva mais estreita sobre, bem, tudo. A empresa ganha valor, mas o discurso para o qual *algumas* pessoas estão aqui perde valor, assumindo que você valoriza as pessoas de baixa renda.
Como citamos acima, até o momento a assinatura do Twitter Blue só está disponível nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Ainda não está claro o que aconteceria com os usuários verificados de outros países.
Bilionário não confirmou cobrança pela verificação
Ao responder um internauta sobre a verificação, Musk disse no Twitter neste domingo (30) que “todo o processo de verificação está sendo reformulado agora” e não entrou em mais detalhes.
Segundo funcionários do Twitter, Elon Musk deseja lançar o novo recurso até 7 de Novembro e os funcionários que não cumprirem o prazo correm risco de demissão.