Música

Garotos Podres tem show interrompido por Prefeitura após falas contra Bolsonaro e briga na plateia

Lendária banda Punk brasileira, o Garotos Podres teve um show interrompido em cidade do interior após críticas a Bolsonaro e casos de agressão na plateia.

Briga Garotos Podres
Reprodução/Instagram

Nesta quarta-feira (16), durante um show em Pederneiras, no interior de São Paulo, a banda Punk Garotos Podres sofreu censura política após criticar o presidente Jair Bolsonaro.

Em um comunicado publicado no Instagram (veja na íntegra mais abaixo), o grupo disse que, logo no início da apresentação, uma mulher atirou uma lata de cerveja que quase atingiu o guitarrista.

Depois, um homem teria tentado agredir o vocalista e, ao não conseguir, passou a distribuir golpes em pessoas da plateia. Identificado como Adilson “Marrom”, o homem é lutador de MMA e tem fotos nas redes sociais usando uma camiseta com o rosto de Bolsonaro.

Os Garotos Podres disseram ainda que a Polícia Militar não coibiu as agressões e ainda permitiu que o homem fosse embora. Na sequência, o secretário de Cultura de Pederneiras teria pedido para que a banda moderasse o discurso político.

Mas o grupo Punk continuou o show com as críticas de costume, que são inerentes às letras e à história da banda. Por isso, a Defesa Civil do município cortou a energia do palco, interrompendo a apresentação.

Vídeos da confusão e comunicado dos Garotos Podres

Para confirmar as acusações, os Garotos Podres divugaram vídeos do momento em que uma lata de cerveja é atirada no palco, de Adilson “Marrom” agredindo o público e da PM sendo conivente com o homem.

Vendo as imagens, fica bem difícil negar que houve censura com a banda, né? Confira abaixo os vídeos e o comunicado completo.

Na noite de hoje, na cidade de Pederneiras/SP, ocorreu um incidente que, em 40 anos de banda, nunca havia ocorrido em shows do Garotos Podres.

Logo no início do show, durante uma das músicas, uma mulher, incomodada com o fato de termos criticado o atual presidente, atirou uma lata de cerveja no palco que quase atingiu o nosso guitarrista.

Na sequência, um homem, que foi identificado como Adilson “Marrom” e é lutador de MMA, quis agredir o vocalista Mao e não conseguiu. Revoltado, ele iniciou uma confusão no “bate cabeça” e logo em seguida deu um soco no rosto de uma mulher, que desmaiou na hora.

O público tentou conter o agressor, mas sem êxito. Minutos depois ele retornou para a frente do palco e agrediu um homem que estava de costas curtindo o show.

A polícia, que estava no local com uma base e uma viatura, se omitiu. Foi conivente com o agressor. O homem agrediu duas pessoas, sendo uma delas uma mulher, entrou no carro de placa CQK-0066, foi embora e a polícia da cidade nada fez.

Nós seguimos com o show, mas o Secretário de Cultura, Geraldo Antonio Cardoso Junior, tentou coagir nossa produção dizendo para que a banda não falasse mais de política. Seguimos com o show e nosso posicionamento, mas a Defesa Civil cortou a energia do palco e fomos obrigados a parar de tocar.

Saímos do palco em direção à van e, depois que todos os integrantes e equipe estavam dentro do veículo, um grupo de pessoas veio em nossa direção e uma mulher começou a gritar: ‘vocês agrediram uma criança de 17 anos’.

Quem conhece a banda sabe da nossa índole e quem esteve no local viu que em nenhum momento nos envolvemos na confusão. Enquanto estivemos no palco, apenas nos posicionamos contra o fascismo e contra a barbárie. Como sempre fazemos.