Djonga, um dos artistas mais influentes do Rap Nacional atualmente, expôs sua opinião sobre o uso da camisa do Brasil, apelidada carinhosamente de “amarelinha”.
A fala do músico foi incluída no novo episódio do podcast NA RAÇA, apresentado por Bianca Santos, André Hernan, Elton de Castro e Marcelo Carvalho.
Através de sua conta do Instagram, Bianca compartilhou um vídeo com o trecho do comentário de Djonga que integrou o episódio intitulado “A politização da amarelinha mudou o jeito de torcer do brasileiro?”. Ele disse:
Bagulho é o seguinte mano, a camisa do Brasil foi apropriada, como vários símbolos que foram apropriados pela direita, pela extrema direita, como se fosse uma parada deles, tá ligado? E a camisa do Brasil é um símbolo pra muitas pessoas. Eu sei que tem muita galera da esquerda que não curte por causa de parada de simbolismo, que muitas coisas não combinam exatamente com a nossa luta.
Porém, mané, na periferia futebol, esporte, é uma parada muito importante, tá ligado? E pra periferia, a camisa da seleção significa vitória, significa exemplo, significa os jogadores ‘pretão’ que vestiram essa camisa e que trouxeram a gente até onde a gente [chegou] no futebol, tá ligado? Então assim, por isso que essa camisa nunca saiu da periferia, por isso que ela nunca vai sair e por isso que você pode se apropriar de qualquer parada, mas o que é da favela é da favela, o que é dos pretos é dos pretos, já era.
No quinto episódio do podcast, os apresentadores discutem justamente sobre “a história da camisa da seleção brasileira e qual a representatividade dela para nossa população”. Confira abaixo o recente discurso de Djonga e ouça o podcast com sua participação aqui.
Djonga e a camisa do Brasil
Desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência em Janeiro de 2019, seus apoiadores passaram a utilizar a camisa do Brasil como um simbólo da gestão do político.
Em Abril deste ano, Djonga, que diversas vezes criticou Bolsonaro e seus apoaidores pela apropriação, usou a blusa da seleção brasileira durante seu show no Breve Festival, que acontecu no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, com o intuito de resgatar o orgulho dos brasileiros de vestir o manto.
Meses depois, o rapper foi convidado para participar da campanha da CBF que tinha objetivo de “despolitizar” a camisa da seleção. Além disso, ele apareceu usando a blusa em uma campanha antirracista que teve como trilha sonora sua música “HAT TRICK”. Veja aqui.
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