Cultura

Universidade brasileira cria álbum da Copa apenas com jogadores que já sofreram racismo

Álbum antirracista destaca conquistas de jogadores negros que estão no Catar em 2022. No Brasil, há figurinhas de Vini Jr., Neymar, Richarlison e mais.

Álbum antirracista
Álbum antirracista

Uma das instituições mais importantes do Brasil na luta antirracista, a Universidade Zumbi dos Palmares lançou um álbum da Copa do Mundo de 2022 apenas com jogadores que já foram vítimas de racismo em sua profissão.

O projeto segue o mesmo modelo do álbum de figurinhas oficial da FIFA, mas tem somente os atletas negros de cada seleção, destacando os grandes feitos de cada um no futebol.

Na página do Brasil, por exemplo, o atacante Gabriel Jesus é um dos que figuram por lá com destaque para todos os seus títulos: o tetracampeonato inglês com o Manchester City, o campeonato brasileiro com o Palmeiras e a Copa América com a seleção brasileira.

O atleta foi vítima de racismo em 2020, enquanto atuava pelo City, depois de se posicionar a favor do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) nas redes sociais, relatando que ouviu “algumas vezes” as ofensas raciais.

Já a figurinha de Neymar acompanha o texto: “artilheiro em todos os países onde jogou, duas vezes eleito Top 3 do mundo”. Em 2020, o camisa 10 ouviu ofensas racistas em uma partida contra o Olympique de Marselha.

Álbum antirracista foi distribuído para personalidades negras

No total, o álbum antirracista conta com 62 jogadores de diversos países. Na última página, há um QR Code que direciona para uma petição para que a FIFA exclua países em que acontecerem atos racistas da próxima Copa.

Segundo o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, Prof. José Vicente, o projeto tem uma função de registro histórico:

Este álbum é mais que falar dos casos de racismo que já estão na mídia, é uma maneira de enaltecer as conquistas dos jogadores que fizeram e seguem escrevendo sua história no futebol.

Uma versão impressa do álbum antirracista foi distribuída para jogadores, políticos, personalidades e influenciadores negros, incluindo o jogador Paulinho, que compartilhou registros do material em suas redes sociais.

Veja abaixo!