Uma das desenvolvedoras do primeiro sintetizador do mundo, pioneira ao remixar clássicos da música instrumental e autora da trilha sonora de Laranja Mecânica (1971) e O Iluminado (1980). Essa é Wendy Carlos, uma mulher transgênero com uma história incrível.
No último dia 14 de Novembro, ela completou 83 anos, e para comemorar o Tenho Mais Discos Que Amigos! resgatou um vídeo da artista demonstrando como usar o Moog que ajudou a desenvolver em 1970.
Agora, vamos conhecer um pouco mais da biografia de Wendy Carlos, pioneira não apenas na música e no cinema, mas também na discussão sobre gênero e até mesmo em imagens do espaço compartilhadas pela NASA.
Atingiu o sucesso fazendo versões eletrônicas de Bach
Nascida Walter Carlos em 1939, nos Estados Unidos, ela se formou em física em Rhode Island antes de se mudar para Nova Iorque para estudar música na tradicional Universidade de Columbia, em 1962.
Ali, ela conheceu o inventor Robert Moog e contribuiu para o desenvolvimento de seu primeiro sintetizador comercial. Também foi na faculdade de música que Wendy teve contato com os primeiros estudos sobre pessoas transgênero.
Ela atingiu o sucesso em 1968 com o disco Switched-On Bach, em que reimaginou peças do compositor alemão Johann Sebastian Bach em um sintetizador Moog. O álbum venceu três prêmios Grammy e ajudou a popularizar o uso do instrumento.
Naquele mesmo ano, Wendy iniciou tratamentos de reposição hormonal, o que começou a alterar sua aparência. Mas devido ao preconceito e à falta de compreensão sobre o tema na época, ela usava maquiagem e peruca masculina para sair de casa.
Isso aconteceu nas performances ao vivo de Switched-On Bach, em entrevistas na televisão (como é possível ver no vídeo abaixo) e até quando conheceu o lendário cineasta Stanley Kubrick.
Continua após o vídeo
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Wendy Carlos compôs trilhas icônicas do cinema
A parceria entre a compositora e o diretor não poderia ter sido mais bem-sucedida. Wendy Carlos compôs a trilha sonora dos dois filmes mais icônicos de Kubrick: Laranja Mecânica e O Iluminado.
Ela também assinou a trilha do clássico Tron, de 1982. Nesse momento de sua carreira, a pioneira da música eletrônica se sentiu confortável para falar sobre sua identidade de gênero.
Em 1979, ela deu uma série de entrevistas falando sobre sua vida pessoal, em que revelou que fez cirurgia de redesignação sexual em 1972.
Além da carreira no cinema, Wendy lançou 13 álbuns de estúdio que se tornaram referência em Jazz Eletrônico, Synthpop e música ambiente. Ela se aposentou em 2005, e até hoje, infelizmente, é bastante difícil encontrar suas músicas tanto em edições físicas como nos serviços de streaming.
Wendy e o Espaço Sideral
Além disso tudo, ainda sobrou tempo para ela explorar o espaço através de câmeras fotográficas.
Reconhecida como uma talentosa fotógrafa de eclipses solares, teve suas imagens publicadas pela NASA e apareceu na capa da prestigiada revista Sky & Telescope, tendo ainda desenvolvido técnicas pioneiras para que o fenômeno da natureza fosse melhor visto mundo afora.
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