Rapper é o novíssimo EP de MC Soffia. O trabalho chega via selo Boia Fria Produções, após o single/clipe “Novinha da Lancha“, e marca uma fase importante na carreira da cantora paulista.
Segundo a artista, que despontou ainda criança, seu amadurecimento vem sendo acompanhado pelo público lançamento a lançamento. Agora com 18 anos, MC Soffia explana de modo especial o que motivou a feitura do novo registro — produzido por Lukinhas e Gondim.
Estou sempre inovando, cada vez que escrevo uma música o objetivo é que meu público se identifique com o que eu penso, a partir do desejo deles. […] Pensei em músicas que vão causar nas pistas, a galera vai dançar muito, divertir-se e se identificar.
Gabriellê
Nome promissor no R&B brasileiro, Gabriellê lança seu álbum de estreia, Bugada, via selo Gaba Music. O disco traz participações de nomes como Brisa Flow, Ryane Leão, Ingrid Martins e Lili Black, e tendo como fio condutor escancarar o racismo sofrido pela mulher negra.
Com produção de Filipe Gomes e Arielly Porto, Bugada propõe uma profunda reflexão sobre o que o sistema impõe às pessoas negras e periféricas. Ao longo do trabalho, Gabriellê expõe os efeitos do racismo como a depressão, ansiedade e altos índices de suicídio dentro da juventude negra, como conta a cantora:
Esse disco é sobre matar o algoz da nossa própria mente. É sobre ser a falha do que os outros esperavam que nós fossemos e assumir o lugar de protagonistas das nossas próprias existências. É dar um reset. É insistir na teimosia de ser feliz, mesmo quando o mundo e as regras não jogam a nosso favor. É honrar o compromisso com nossos ancestrais, que deram a vida e sangue para que hoje nós possamos sonhar e realizar.
Ana Preta
Ana Preta não brinca! A artista divulgou recentemente o seu disco de estreia, auto-intitulado. Com rimas fortes e flow afiado, a cantora, compositora e produtora paulista vai do romance ao confronto, passando ainda por temas como o racismo.
Ao longo das 11 faixas que compõem o registro — todas de sua autoria —, a artista visita variadas referências da música preta de ontem e de hoje. Para somar formas, o álbum Ana Preta traz participações de Thaíde, Arnaldo Tifu, Funk Buia, Déborah Crespo, Rose MC e Ieda Hills.
Com vários anos na estrada e experiência de sobra, Ana Preta não se intimida ao colocar na rua este que é seu primeiro — e muito suado — álbum oficial e avisa: “Eu sou uma preta nega linda, com pouco eu faço muito ainda”.
Anis de Flor
Mais uma estreia na nossa lista! Anis de Flor apresenta FÉRTIL, o seu primeiro disco de estúdio. Fruto do aquilombamento físico, psíquico e espiritual, o debut nasceu da necessidade de narrar e transmutar as suas vivências e experiências como mulher negra e indígena no sul do Brasil.
Editado pela Lab Fantasma e produzido por Dessa Ferreira, o álbum é também um espaço que carrega em si a potência da denúncia. Realizado por uma equipe protagonizada por pessoas negras, o registro une afrobeat e afrobrasilidades, e conta com participações de Marissol Mwaba, François Muleka e Alegre Corrêa. Sobre o lançamento, Anis de Flor comenta:
Com ‘FÉRTIL’ eu aposto muito na força de expressão, na escolha de não mais calar e sim, dar voz à mim mesma, à minha jornada e aos lugares que muitas vezes me são negados. Quando comecei a escrever, não fiz isso com a intenção de transformar em música, mas aos poucos fui entendendo que uma coisa não se separava da outra, principalmente quando você reconhece sua existência como política, e se dá conta de que compartilhar suas impressões sobre as coisas pode ser acalanto e força para quem ouve e se identifica.