Jennifer Souza celebra a herança estelar da música mineira em seu novo single: “Sêr Estrela”. Lado B de Pacífica Pedra Branca — que marcou presença na nossa lista de 50 Melhores Discos Nacionais de 2021 —, a novidade foi produzida na mesma época do segundo disco da cantora e compositora de Belo Horizonte.
Volta e meia as constelações musicais de Minas Gerais se cruzam e se refletem, com gerações renovando e revivendo influências e afetos próximos. É assim que Jennifer Souza termina 2022: com a chegada de um single em homenagem a um amigo, mas também um dos maiores expoentes da canção brasileira.
Estamos falando do também mineiro e saudoso Vander Lee. O cantautor faleceu prematuramente, em 2016, deixando uma vasta obra na música brasileira e inúmeras parcerias. Sobre a homenagem prestada ao amigo, a artista comenta:
Vandeco era um querido… sempre muito presente e generoso. Foi-se um grande artista, e também um grande amigo. Eu tinha essa música, que na verdade era outra… tocava de um jeito diferente os acordes. Tudo se deu mesmo com a letra, que veio poucos dias depois dele partir… chegou pronta assim, de uma vez, ainda com aquele nó na garganta. Acho que foi um jeito de me despedir ou de na verdade dizer que ele sempre estará aqui.
“Sêr Estrela” é uma peça adocicada de saudade e pequenos regozijos. Um convite para entender as partidas de pessoas queridas fora e dentro de nós. Produzida por Leonardo Marques ao lado da cantora, a canção tem quase sete minutos de duração e nos guia por uma atmosfera mais imersiva.
Sonoridade luminosa de guitarras e pianos, ambiências e reverberações do indie folk que caracteriza o trabalho de Jennifer Souza marcam presença na faixa. O lançamento acontece via selo Balaclava Records.
Tori
O primeiro álbum da carreira solo da cantora, compositora e musicista sergipana Tori está a caminho! A artista, radicada no Rio de Janeiro, optou por dividir a obra em duas parte e recentemente revelou a primeira metade do trabalho.
Lançado via selo PWR Records, Descese (Lado A) tem produção musical assinada por Bem Gil, Bruno di Lullo e Domenico Lancellotti. O registro conta com a participação de Bruno Berle e com o coro de vozes de Tainá e das integrantes da banda Bala Desejo, Dora Morelenbaum e Julia Mestre. Descese é um retrato dos encontros, das confluências de desejos.
Enquanto o termo “ascese” é amplamente difundido para dar sentido à ascensão, ao crescimento espiritual e transcendência rumo ao etéreo, “descese” vai no caminho inverso, em busca da imanência, de descender, comungar com a matéria. O termo, embora não dicionarizado, é utilizado pela crítica literária e psicóloga brasileira Yudith Rosenbaum para se referir às epifanias vividas pelas personagens de Clarice Lispector.
Não à toa, a faixa que introduz o álbum é “Água Viva“, uma canção sombria musicada a partir da obra homônima da escritora e jornalista brasileira nascida na Ucrânia, que em grande medida inspira a narrativa do álbum, como conta Tori.
Na pandemia passei a fazer gravações em casa e testar possibilidades — o que se tornou o violão de ‘Água Viva’ era um piano, uma ideia que tinha feito na emoção de ter uma controladora à disposição e possibilidades de timbre. Um dia resolvi abrir o livro de Clarice aleatoriamente pra cantar algo em cima daquele piano. O primeiro trecho que apareceu eu cantei, e assim surgiu a canção.
Bruna Pena
Com sentimentos noturnos e reluzentes, a cantora e compositora paranaense Bruna Pena está de volta e apresenta seu mais novo single: “Anoitecidos“. Já disponível nas plataformas digitais, novidade chega acompanhada por um videoclipe.
A canção é uma cantiga de ninar do avesso, que te acorda em vez de botar pra dormir. O clipe traz imagens de uma Bruna serena, cujo corpo deitado se funde com o solo e os rizomas de uma floresta psicodélica. A produção audiovisual contou com roteiro e direção da própria artista.
“Anoitecidos” é o terceiro lançamento da artista pelo selo paulistano Dorsal Musik. A nova track tem produção assinada por Thiago Ramalho; a mixagem e masterização são de Vivian Kuczynski.
Bruna Pena é cantora e diretora de filmes desde 2009. Foi vocalista das bandas Janela Oval, Hot Beigal Shop e Six Pack Squad, passando por palcos do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Atua desde então na produtora Salted Films, roteirizando e dirigindo filmes publicitários, videoclipes e curta-metragens. Em 2022, retoma com seu projeto solo, mesclando o que mais gosta: palavra, som e imagem em poesias que já nascem filmes que já nascem músicas.