O Clube da Esquina, disco icônico do grupo de mesmo nome liderado por Milton Nascimento e Lô Borges, é considerado uma das obras mais aclamadas quando falamos sobre a história da música.
A Pitchfork, considerada um dos portais mais importantes sobre música dos Estados Unidos, compartilhou uma resenha detalhada sobre o disco, mostrando ao público o motivo dele ter recebido a nota 9,5 em sua avaliação.
Depois de contar um pouco sobre a história da icônica foto da capa do álbum, que muitas pessoas pensavam se tratar de uma foto antiga de Milton e Lô, o colaborador Andy Beta começa a destrinchar o Clube da Esquina, que segundo ele é “um dos discos mais ambiciosos da história da música brasileira”.
Ao falar especificamente sobre a voz de Milton Nascimento, o autor da resenha destaca que é “uma das mais profundas da música do século 20, que seduz e inspira seus compatriotas, bem como Paul Simon, Earth, Wind & Fire, Herbie Hancock e Animal Collective“. Ele ainda acrescenta:
É uma voz ressonante e bem profunda, mas capaz de elevar-se a um falsete etéreo, capaz de sacudir o vibrato, bem como sustentar tons puros, e gritos sem palavras mais próximos dos cantos de pássaros tropicais do que da voz humana. Ou, como disse certa vez Elis Regina: ‘Se Deus cantasse, teria a voz de Milton’.
Resenha da Pitchfork para Clube da Esquina
Como a resenha destaca, o lançamento do Clube da Esquina em 1972 foi um marco do pop brasileiro confirmando não só Milton Nascimento como um astro da Música Popular Brasileira mas também lançando a carreira de artistas talentosíssimos, como o baixista do Clube, Beto Guedes, os guitarristas Toninho Horta e Nelson Angelo e o jovem Lô Borges.
Descrevendo o que o público pode sentir e perceber ao ouvir a obra dos artistas mineiros, Andy diz:
A magia do Clube da Esquina é que, embora seja possível discernir todas as influências de Nascimento e amigos, sua alquimia eleva tudo para vibrar em uma frequência mais alta. Casual e inspirado, estudado e espontâneo, o álbum é ‘Pet Sounds’ [disco de The Beach Boys], ‘Innervisions’ [disco de Stevie Wonder] e ‘The White Album’ [disco de The Beatles] reunidos em um só e continua adorado até por quem conhece poucos discos brasileiros. E mesmo para quem não fala ou não entende nada de português, as harmonias vocais, ganchos e orquestrações fogem dos limites da linguagem e atingem o coração.
O texto relembra que o álbum foi lançado durante a ditadura militar do Brasil e aponta que a obra “também significou o mais sutil e profundo dos atos revolucionários.
Você pode ler a resenha na íntegra clicando aqui.