Em Dezembro, Urias divulgou nos serviços de streaming o EP HER MIND, PT2 e, neste novo projeto, a cantora apostou em novos sons e se revelou nas letras de uma forma ainda mais vulnerável.
Nas músicas, Urias incorporou assuntos de duplo sentido que falam sobre desejo e poder, mas nada que seja de forma sexual, por exemplo. No trabalho, ela traz sons inspirados em nomes como Arca, Bad Gyal, Kanye West e Labrinth.
O projeto é a segunda parte de três volumes e o último será lançado em algum momento deste ano para ser somado aos lançamentos anteriores.
Vale destacar que, dias atrás, Urias também liberou o clipe da faixa “Neo Thang”. Dirigido por João Monteiro, o vídeo apresenta coreografias quentes em um cenário baseado em um galpão abandonado e movimentado por uma balada distópica.
A cantora, que se destacou em performances em grandes festivais pelo país e foi indicada na categoria Artista Revelação no Prêmio Multishow – além de ter sido Artista do Mês pelo TMDQA! – conversou com a gente sobre os projetos atuais e o resultado da entrevista você confere a seguir!
TMDQA! Entrevista Urias
TMDQA!: Oi, Urias! Obrigado por tirar um tempo para falar conosco novamente. Adorei a nova parte do EP e é bem legal que ela se distancia um pouco da primeira, no sentido de trazer novas influências e uma roupagem diferente ao que já estava presente antes. Queria saber, agora que temos as duas partes, como foi o seu processo de composição no sentido de em que momento as ideias foram surgindo e como elas acabaram se organizando dessa forma? Foi algo “separado” (primeiro a Pt.1, depois a Pt.2) ou tudo uma grande mistura que foi organizada depois?
Urias: Dessa vez eu estou indo por partes, fiz a primeira e depois a segunda, a terceira
foi surgindo no caminho junto com as duas primeiras partes, mas decidi ir fazendo por
parte e rondando, ramificando e adentrando ao tema cada vez mais.
TMDQA!: Sinto que, até pelas suas referências, você é uma representante de uma sonoridade que faz com que cada vez mais a música de diversos lugares do mundo se confunda — de um jeito positivo, claro. Como você enxerga essa movimentação de internacionalização e qual a importância, pra você, de se inserir nesse contexto junto com Arca, Bad Gyal etc?
Urias: Sinto que esse movimento é uma maneira de convidar pessoas de fora do nosso
país às infinitas possibilidades de se fazer e ouvir música brasileira. Vejo como um
movimento de conexão com o mercado de fora, com todo cuidado que se deve ter,
claro.
TMDQA!: Nessa segunda parte, sinto que surgem alguns assuntos que envolvem o corpo e parecem provocar o ouvinte sobre essa relação entre corpo e mente, que é tão complexa em especial para artistas que estão sempre associados às próprias imagens. De onde veio essa sua necessidade de entrar nessa provocação e trazer sua perspectiva sobre isso?
Urias: Eu sempre era chamada para falar ou perguntada em entrevistas sobre meu corpo, tanto em um lugar político quanto em um lugar biológico. E eu queria que prestassem atenção em mais coisas também, que não me definissem pelo corpo, mas que entendessem que ele faz parte, não é o todo. Então quis chamar atenção pra minha mente, existem pesquisas que estudam o cérebro e a mente de mulheres como eu. Com isso eu passei a me sentir parte da natureza, de ser natural, queria chamar atenção pra isso.
TMDQA!: Senti que essa segunda parte é um pouco mais reflexiva, mais “sóbria” do que a primeira, talvez até mais profunda. Você concorda com isso? Se sim, o que sente que te levou por esse caminho? Se não, como você definiria?
Urias: Sim, sim, é mais densa mesmo, eu queria chegar mais perto do tema, queria fazer esse paralelo com o corpo também. Pra ser sincera, minha cabeça estava daquele jeito na época que escrevi. Até sonoramente conta uma história diferente da parte 1.
TMDQA!: O que você já pode adiantar sobre a terceira parte de HER MIND?
Urias: Vai ser a mais tranquila das partes.
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