Eis que Billy Corgan apresentou pro mundo a primeira parte de ATUM – A Rock Opera in Three Acts, novo disco dos Smashing Pumpkins, na segunda quinzena do último mês de novembro e mais uma vez a pergunta é: será que dessa vez teremos um disco à altura dos grandes clássicos da banda?
O projeto em si é meio confuso desde o nome e talvez a ideia por trás dele faça mais sentido apenas na cabeça de Corgan.
Antes do disco, tivemos o ótimo single “Beguiled”, que foi lançado junto com um clipe oficial.
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ATUM basicamente é uma ópera rock em três atos, sendo que esse primeiro capítulo continua a saga dos consagrados Mellon Collie and The Infinite Sadness e Machina/The Machines Of God e o personagem principal é o mesmo nos três, mas mudando de nome, como explicamos no lançamento do primeiro single.
Mas, vamos ao que interessa, a música que está por trás dessa complexidade toda criada no conceito da mais nova empreitada da banda.
É inevitável um nome tão grande como os Pumpkins não serem comparados a si mesmos, e cobrados, por grandes discos, o que convenhamos não vem acontecendo nos últimos passos dados como CYR (2020) e Shiny and So Oh So Bright, Vol. 1/LP: No Past. No Future. No Sun (2018).
Em relação a esses últimos, temos agora um disco superior e agradável com momentos que remetem aos áureos anos 90 da banda misturados com as sonoridades modernas que têm pontuado os últimos trabalhos desde a volta de James Iha (guitarra) e Jimmy Chamberlin (Bateria) pra banda.
A introdução e faixa título “ATUM” nos faz passear por um ar progressivo interessantíssimo com referências imediatas aos sons do Pink Floyd em alguma passagem de trecho instrumental.
E como todos sabem, apresentar seu melhor logo na introdução de um disco é algo de que a banda nunca abriu mão, e temos momentos inesquecíveis quando se fala de primeira música de algum disco de Corgan e companhia.
Os fãs mais antigos encontrarão momentos de grande deleite como “The Good in Goodbye”, “Steps in Time” e “Beyond The Vale” que facilmente passeiam por momentos grandiosos de discos como Siamese Dreams e Adore.
“Butterfly Suite” que abre o disco após a introdução, “Embracer” e “With Ado I Do”, que tem um dos melhores refrães entre todas, retornam para a sonoridade dos Smashing Pumpkins pós-discos clássicos dos anos 90, com nuances eletrônicas e a guitarra sem ser protagonista.
O ponto de curiosidade fica por conta da diferentona “Hooray”, que, seja por lá qual motivo, acabou entrando no disco e vai dividir opiniões, estando talvez entre as coisas mais inusitadas dentro do universo do grupo.
Certamente a primeira parte de ATUM não estará na prateleira dos grandes clássicos da banda, mas serve para vermos um incansável Billy Corgan sempre fazendo música e tentando acertar em cheio os corações dos fãs antigos e conquistar novas gerações de ouvintes.
Ainda teremos dois atos, um a ser lançado em 31 de Janeiro e outro em 21 de Abril, para sabermos se teremos de fato um resgate aos tempos áureos de uma das bandas mais influentes da história do rock alternativo. Vai que…
Ouça ATUM na íntegra abaixo: