A famosa animação Simpsons teve um de seus episódios retirados do catálogo do Disney+ em Hong Kong.
De acordo com o The Guardian, a produção foi removida do serviço após fazer referência a “campos de trabalhos forçado” na China.
O episódio em questão é o “One Angry Lisa”, segundo da última temporada do desenho animado norte-americano. Nele, Marge faz um passeio interativo enquanto está em uma bicicleta ergométrica, e o guia a leva até a Grande Muralha da China citando suas maravilhas como “minas de bitcoin, campos de trabalhos forçado onde crianças fazem smartphones e romance”.
Como aponta o portal, o governo da China enfrenta há muito tempo acusações de operar campos de trabalhos forçados, principalmente com trabalhadores uigures da região de Xinjiang.
Censura em Hong Kong
Até pouco tempo, Hong Kong mantinha mais liberdades culturais, políticas e sociais. Mas, após uma repressão ao movimento pró-democracia em 2019, o território ficou sob controle crescente do governo da República Popular da China.
A censura à expressão política ficou mais intensa e os meios de comunicação, livrarias, sites de direitos humanos, museus e livros infantis se tornaram alvos de autoridades que caçam conteúdos antigovernamentais.
A legislatura de Hong Kong aprovou em 2021 uma lei de censura de filmes para “salvaguardar a segurança nacional”, mas as autoridades disseram na época que a lei não se aplicava aos serviços de streaming.
Episódios banidos de Simpsons
“One Angry Lisa” foi o segundo episódio dos Simpsons a ser censurado nas plataformas oficiais do local.
Quando o Disney+ foi lançado em Hong Kong, o episódio 12 da 16ª temporada não foi incluído pois a família aparece visitando a Praça da Paz Celestial e vê uma placa onde se lê “neste local, em 1989, nada aconteceu”.
Tiananmen é o local de uma repressão mortal em 1989 contra manifestantes pró-democracia. Complicado!
Disney+ removed an episode of Simpson (again) in Hong Kong due to reference of China’s forced labor camp. This is what you’ve missed. pic.twitter.com/zdEihr4LuR
— Asian American Conservative (@FactcheckingCon) February 7, 2023