A gente sabe que Robert Trujillo carrega o peso de lidar com comparações ao saudoso Cliff Burton, baixista do Metallica que faleceu em 1986 aos 24 anos.
Apesar de não ter sido seu substituto imediato – Trujillo entrou no grupo após a saída de Jason Newsted em 2003 -, Rob comentou sobre o legado de Burton em um trecho do livro To Live Is To Die: The Life and Death of Metallica’s Cliff Burton, publicado pela Bass Player e escrito por Joel McIver.
Em seu relato, Robert deixou claro o quanto Cliff era especial e autêntico, citando ainda uma promessa a Burton feita por ele antes de se juntar oficialmente ao Metallica (via AlternativeNation):
Cliff foi absolutamente incrível para o Metallica. Suas ideias, sua presença e o local para onde ele levava o baixo e o Metal eram muito especiais. E sua presença de palco – ele era um músico tão físico. Ele tocava o que sentia, e esse era o ponto. Sua abordagem era: ‘Vou tocar o que sinto e, se você não gostar, dane-se!’
Quando fiz o teste para o Metallica em 2002, eu estava tocando na banda de Ozzy Osbourne com um dos melhores amigos de Cliff, Mike Bordin, do Faith No More. Eu estava hospedado na casa de Mike em San Francisco e, no quarto de hóspedes da casa, onde estava praticando a música do Metallica, há uma grande foto de Cliff – e em um momento aleatório, às duas da manhã, olhei para cima e vi aquela foto.
Na verdade, falei com a foto. Eu disse: ‘Cliff, não vou decepcioná-lo, prometo. Vou dar o meu melhor’. Então, de uma maneira estranha, me sinto conectado a Cliff. Sinto que o conheço.
Trujillo seguiu elogiando o talento de Burton e, inclusive, chegou a dizer que Cliff era “um músico melhor” do que os outros integrantes do Metallica:
Quando aprendi ‘The Call of Ktulu’, eu realmente dirigi as partes de baixo de Cliff e tive muito orgulho de fazer isso. Eu realmente queria conhecê-lo, senti-lo e colocá-lo em minha alma, então, passei um tempo com isso.
Sem desrespeito aos meus irmãos do Metallica, mas Cliff era mais velho que os outros caras e, em muitos aspectos, um músico melhor. Ele tinha um conjunto de habilidades criativas muito amplo – um músico para músicos, de várias maneiras. Ele tocava piano e conhecia música clássica, além de ser fã do Lynyrd Skynyrd. Ele costumava pedir a Kirk para mostrar a ele os solos de guitarra do Lynyrd Skynyrd para que ele pudesse tocá-los no baixo, e poucos baixistas faziam isso naquela época.
Eu pensei que era tão legal. Cliff era uma força em muitos níveis diferentes.
A gente concorda!
Cliff Burton faria 61 anos neste mês de Fevereiro
Em tempo, se estivesse vivo, Burton teria completado 61 anos em 10 de Fevereiro. Ele, que entrou para o Metallica em 1982 e foi um dos grandes responsáveis por moldar a sonoridade clássica do grupo, faleceu tragicamente quatro anos depois em um acidente de ônibus.
No ano passado, Cliff foi homenageado com um museu na Suécia e ganhou até cerveja em sua lembrança.
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