Música

Golpes, processos e tretas: LIVE, a banda icônica dos anos 90 que se autodestruiu

Um perfil do LIVE na Rolling Stone dos EUA destrinchou as batalhas judiciais e as tretas internas do grupo - que hoje só se fala por meio de advogados.

LIVE, banda dos anos 90
LIVE, banda dos anos 90

LIVE foi uma banda formada em 1984 que teve grande sucesso nos anos 90 e começo dos anos 2000, antes de ser consumida pelas próprias brigas internas. Agora, detalhes dessas tretas – que incluem até investigações criminais – foram revelados pela revista Rolling Stone.

Em um longo perfil, a publicação buscou ouvir todos os lados da história: o vocalista Ed Kowalczyk e o guitarrista Chad Taylor são os principais pivôs. Correndo por fora está Bill Hynes, empresário que foi sócio de Taylor em múltiplas empresas e agora encara acusações de ser um golpista responsável por roubo, perseguição e até agressões brutais contra sua ex-namorada.

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Embora alguns tenham optado não se pronunciar para a matéria, o artigo vai a fundo na formação do grupo, em York, Pennsylvania, passando pela separação iminente em 2009 e as tentativas frustradas de um retorno, com formações variadas.

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Sucesso estrondoso nos anos 90

Quem olha a dificuldade dos antigos membros em conseguir trabalho ou se apresentar ao vivo nem imagina que o LIVE foi uma grande potência no seu auge, ganhando popularidade ao redor do mundo com sucessos como “I Alone”, “Dolphins Cry” e, principalmente, “Lightning Crashes”.

A banda ainda integrou lineups de festivais como Woodstock (em 94 e 99), gravou um Acústico MTV, foi capa da Rolling Stone e apareceu nas paradas da Billboard com 17 músicas diferentes.

Citando boybands como Backstreet Boys e grupos mais jovens de um rock que mudava – como Fall Out Boy e Panic! At The Disco -, os músicos reconhecem que perderam espaço. Tudo terminou com um e-mail, em que todos assinaram embaixo. Era hora de parar.

Desde então, os músicos buscam capitalizar sobre os espólios de uma trajetória bem impressionante. Mas as batalhas jurídicas têm trazido um custo financeiro e pessoal que impede a todos de seguirem em frente.

Taylor foi um dos integrantes que optaram por vender sua parte nos direitos editoriais das músicas do LIVE. Ele usou o dinheiro para investir em negócios onde pudesse se manter fora da música, e foi assim que se envolveu em múltiplas empresas com Bill Hynes, que supostamente teria sido responsável por uma série de golpes.

Uma delas, um provedor de internet em fibra óptica, uniu também os ex-integrantes Chad Gracey e Patrick Dahlheimer. A empresa agora está sob escrutínio devido ao relacionamento abusivo conduzido por Hynes com sua então assistente – sobre o qual os músicos dizem não ter conhecimento.

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LIVE e as extensas brigas no tribunal

O artigo da Rolling Stone relata a longa batalha legal envolvendo a banda de rock alternativo que já vendeu mais de 22 milhões de discos em todo o mundo.

A disputa começou em 2009, quando o vocalista Ed Kowalczyk deixou a banda para seguir carreira solo. A partir daí, o grupo continuou a se apresentar sob o nome LIVE, mesmo sem Kowalczyk.

Em 2012, Kowalczyk entrou com uma ação contra a banda, alegando que os membros remanescentes não tinham o direito de usar o nome original. Os músicos, por sua vez, entraram com uma contrapartida, alegando que Kowalczyk estava tentando impedir que eles tocassem canções que eles haviam coescrito.

Desde então, a batalha legal tem se arrastado por anos, com acusações apresentadas por ambas as partes. Em 2014, o LIVE até lançou um novo álbum, The Turn, com o novo vocalista Chris Shinn, que havia se juntado à banda em 2012. Kowalczyk, por sua vez, retornou em 2016, mas demitiu todos os outros membros em 2022 e saiu em turnê com a nova versão do grupo.

Confuso, não?

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O LIVE continua… vivo?

O futuro da banda LIVE e seu legado musical permanecem incertos enquanto as disputas legais continuam.

Ed Kowalczyk só aceita se comunicar com Chad Taylor através de advogados. O guitarrista, por sua vez, se mantém com uma loja de instrumentos em sua cidade natal enquanto tenta rebater três processos ao mesmo tempo – segundo ele, todos orquestrados por Hynes.

Bill Hynes ficou em prisão domiciliar enquanto aguarda julgamento de seus crimes relacionados ao relacionamento com a ex-secretária – ele ainda não foi formalmente acusado de possíveis fraudes nas empresas por onde passou.

Quem perde, infelizmente, é o fã, que mais uma vez vê uma grande banda se desfazendo em meio a conflitos jurídicos.

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