Vedo é um artista cuja ascensão parece iminente já há 10 anos. A cada novo disco, amadurece uma sonoridade que explora com muita competência suas habilidades vocais e como compositor. O atual trabalho, Mood Swings, é uma celebração de uma carreira plural, onde seus lados pop e intimista, dançante e sensual se encontram.
O lançamento da EMPIRE é um projeto ousado e desafiador. Ao lado de convidados como Chris Brown, Tink, Ari Lennox, Lloyd, Eric Bellinger e Erica Banks, ele vai além das canções sexy que se tornaram sinônimo do seu trabalho. Desde 2013, Vedo vem construindo uma trajetória de destaque, graças à sua participação no reality The Voice, onde integrou o time de Usher.
A partir daí, vem construindo um trabalho autoral onde mescla uma visão moderna do R&B com um respeito profundo pelos artistas que abriram caminho antes dele. Suas músicas são conhecidas por suas letras emotivas e pelos vocais potentes e cheios de alma.
Além de seus seis álbuns, Vedo assina hits para Usher (“Don’t Waste My Time” ft. Ella Mai) e até faixas de K-Pop para grupos icônicos como EXO (“Going Crazy”) e NCT 127 (“Regular”). Recentemente, o artista foi indicado ao Grammy por outra parceria com Brown – “Warm Embrace”, do disco Breezy.
Com tantos créditos, Vedo parece ser o tipo de artista que está sempre próximo a ser descoberto pelo grande público, que certamente já consome suas canções. Por outro lado, com 3,5 milhões de ouvintes mensais só no Spotify e mais de 1 bilhão de streams em todo o mundo, dificilmente se trata de um desconhecido.
Vedo transita por esse espaço intermediário onde consegue ser um artista com liberdade criativa e ainda assim produzir em alto padrão de qualidade. Aqui no Brasil, certamente, sua popularidade já aumenta, com São Paulo se destacando entre as cidades que mais ouvem o artista em todo o mundo.
Enquanto aproveita a boa recepção de Mood Swings e reflete sobre o amadurecimento do seu som, Vedo conversa com o TMDQA! em uma entrevista exclusiva. Confira abaixo!
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TMDQA! Entrevista Vedo
TMDQA!: Oi Vedo, obrigada por seu tempo! Adorei o novo disco, e fiquei pensando: você já está no álbum número seis. Que lado seu está mostrando pela primeira vez nesse trabalho?
Vedo: Nossa! Acho que estou mostrando transparência, que sou apenas humano… Temos músicas que mostram algumas inseguranças e vulnerabilidade, a vontade de se entregar. De abaixar a minha guarda e celebrar a pessoa ao meu lado, o que pode fazer alguém parecer menos importante e poderoso. Mostra outro lado do Vedo, diferente da música super sexy e explícita, que é mais focada em se divertir (risos). Esse é um disco de mais substância.
TMDQA!: Sim, totalmente. E você já puxou um assunto que acho interessante. Porque de fato é difícil não notar a quantidade de sexo nas suas músicas (risos).
Vedo: É! (risos)
TMDQA!: Mas você não fala só sobre esse assunto. Você pode me contar alguns temas que você aborda e que a maioria de nós não nota, porque não se aprofunda além da primeira camada?
Vedo: Claro. Nós temos uma música chamada “Soul” nesse disco, que é uma das minhas favoritas. Escrevi há 3 anos. E é uma canção em que o significado implícito é sobre aceitar quem você é, tipo viver isso e não tentar mudar pra ninguém. No fim das contas, você até tenta mudar, mas para você mesmo. E quando você está tentando ser uma pessoa melhor, é fácil afastar os outros, mantê-los a distância, ao invés de convidar outros homens para ajudar a fazer a mudança acontecer. “Soul” basicamente começa com um aviso, de cuidado com o que você pede, porque pode vir muito mais do que imagina. Ou seja, diz que tenho várias cicatrizes de guerra, mas embora você não seja responsável por elas, talvez seja a pessoa a sofrer as consequências. E isso não quer dizer que se trata de uma pessoa horrível, mas que, bem, às vezes a gente passa por fases. Todos temos momentos assim na vida e em relacionamentos, e às vezes as pessoas só levantam e vão embora, porque não sabem lidar com isso. Então diz que sou uma pessoa quebrada que tenta se curar.
TMDQA!: E isso é bem profundo. Na verdade, estava pensando sobre esse aspecto pessoal. Você diz “it’s Vedo, baby” em várias músicas. E me parece uma assinatura. Sei que não é algo só seu ou a marca de um gênero específico. Mas quando você faz isso, me parece falar muito sobre sua identidade. Porque é importante pra você dizer “esse sou eu”, e continuar fazendo música que é muito pessoal?
Vedo: Simplesmente porque, quando eu partir desse mundo, quero que as pessoas possam identificar quem o Vedo foi. Quero que eles possam dizer, “olha, o Vedo nos deu um pouquinho de cada coisa, um pedacinho de cada parte dele”. Sei que tem muita gente que lida com as mesmas coisas que eu tive que passar, as mesmas dificuldades, e é uma forma de me conectar, no mesmo nível, com alguém que não está sob os holofotes. Todos somos humanos, todos queremos amor, e eu quero colocar um pedaço de mim aqui e ali, para que as pessoas sintam que sou como elas, só que faço música.
TMDQA!: Verdade. Nós estávamos falando sobre identidade, mas a sua música traz muito da bagagem de quem veio antes de você. Dá pra ouvir e falar, “ok, esse cara ouviu muito Ginuwine, Usher, Craig David”!
Vedo: Sim, é verdade!
TMDQA!: Então, o quanto desses caras ainda informam a música que você faz hoje?
Vedo: Com certeza. Quem diz que faz música e não é influenciado por alguém que veio antes, é absurdo. Esses são os pioneiros, são os caras que começaram tudo.
TMDQA!: São os originais.
Vedo: São os originais, que abriram o caminho. Penso que minha música é influenciada por todos esses. Nem preciso dizer que o Usher é um dos meus favoritos, Chris Brown, Ginuwine, Temptations, Stevie Wonder… Pessoas diferentes que me influenciaram ao longo do tempo. Ouço música desde os seis anos, então já faz um tempo.
TMDQA!: E o mais louco é que agora você pode mandar uma mensagem pra eles, pois são seus amigos, e dizer “ei, você é o cara”.
Vedo: Sim! Posso falar diretamente com eles.
TMDQA!: Legal demais. Falando nisso, você não escreve músicas só para si, porque é um compositor bem sucedido para outros artistas também. Quando termina de escrever, como você decide quais músicas precisam ser suas, na sua voz, e quais você vai oferecer a outras pessoas?
Vedo: Meu único objetivo como compositor é escrever uma boa música. Tento não entrar no estúdio e especificamente escrever para um artista, porque você pode acabar errando, mirando muito no alto ou muito pra baixo. O objetivo deve ser sempre fazer uma ótima música, no meio. Quando eu termino uma faixa e eu a adoro, não envio para outras pessoas. Mas às vezes eu componho algo, acho até que é uma boa música, mas já penso em oferecer para outros. Para definir isso, meu único critério é se eu amo aquela música sem a menor dúvida.
TMDQA!: É uma boa nota de corte. O que me leva a esse fato: essas músicas todas são em inglês, claro, mas se conectam com outras pessoas do mundo todo. São Paulo é hoje a terceira cidade que mais ouve suas músicas.
Vedo: Sim, é verdade!
TMDQA!: Claro que não tem a ver com uma língua específica. O que você acha que faz as suas músicas se conectarem com o público brasileiro?
Vedo: Nossa… É um R&B real. Você ouve e dá uns arrepios! Mesmo se você não entende o que eu estou dizendo, sonoramente é algo que pega seu ouvido. Acho que meus fãs do Brasil veem esse lado real, de que realmente é quem eu sou, não é uma fachada ou um truque. Vedo é realmente R&B de verdade, e acho que meus fãs aí veem isso, o que me deixa super grato.
TMDQA!: Então agora você pode adivinhar qual a minha próxima pergunta, né?
Vedo: Sim! (risos)
TMDQA!: Tendo dito tudo isso… Quando você vem ao Brasil?
Vedo: Espero que muito em breve! Vamos começar uma turnê em maio, inicialmente só nos EUA, mas depois vamos ampliar um pouco, então vai ser divertido. Vou ver vocês em breve, com certeza.
TMDQA!: Tranquilo, se você não vier, a gente só enche seu Instagram de bandeirinhas do Brasil.
Vedo: Sim! Adoro isso! (risos)