Atração do Festival GRLS, Tinashe fala ao TMDQA! sobre vinda ao Brasil, aprendizados, vida após os 30 e mais

Tinashe é atração do festival GRLS!, que acontece em São Paulo. A artista lançou o álbum "333" e fala sobre a carreira em entrevista exclusiva.

Tinashe
Tinashe (Crédito: Divulgação)

Tinashe é o que chamam de pacote completo: canta, dança, atua. É atraente, inteligente, carismática. Compõe as próprias músicas, produz tudo, mixa, masteriza. Tem bons contatos na indústria, tendo colaborado com artistas como Britney Spears, Calvin Harris e Iggy Azalea.

Ainda assim, Tinashe parece continuar uma artista de nicho, que não chega ao mainstream apesar do potencial – inclusive pop e mercadológico. E isso não parece incomodá-la.

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Agora, com 30 anos e dona de seu próprio selo, ela só tem orgulho da trajetória até aqui e já está cheia de ideias para os próximos passos. O primeiro deles será vir ao Brasil, onde é uma das headliners do Festival GRLS!, com show marcado no dia 05 de março.

Tinashe vem ao país com a turnê de seu último disco, 333, de 2021. Já são mais de 10 anos de carreira, a partir da mixtape In Case We Die, de 2012. Seu primeiro álbum de estúdio, Aquarius, foi lançado em 2014 e se tornou um sucesso de crítica e público.

Desde então, Tinashe lançou ainda os discos Nightride (2016), Joyride (2018), Songs For You (2019), Comfort & Joy (2020) e, por fim, 333, o primeiro trabalho como artista independente.

Ao longo de sua carreira, Tinashe se destacou por sua habilidade em combinar elementos do R&B, hip hop e música eletrônica em suas músicas. Seus sucessos mais conhecidos incluem “2 On”, “All Hands on Deck” e “Flame”.

Além de sua carreira musical, Tinashe também é conhecida por sua habilidade como dançarina, tendo participado da 18ª temporada do programa de televisão americano Dancing with the Stars em 2014, e até da série Two And a Half Men

Embora tenha enfrentado alguns obstáculos ao longo de sua carreira, como problemas com sua antiga gravadora e críticas por sua falta de sucesso comercial, Tinashe permanece uma artista inovadora e influente na indústria da música. 

A artista conversou com o Tenho Mais Discos Que Amigos sobre essa trajetória e sua nova fase. Confira abaixo!

Continua após o vídeo

TMDQA! Entrevista Tinashe

TMDQA!: Oi Tinashe! Obrigada pelo seu tempo. Quero muito falar sobre o que você tem feito, mas queria voltar em Aquarius, rapidinho.

Tinashe: Claro!

TMDQA!: Que entrada triunfal, né? Sendo seu primeiro disco e tudo mais.

Tinashe: Muito obrigada!

TMDQA!: É, eu acho que ficou uma declaração muito poderosa do que você tinha a dizer. Sei que você pode “ver o futuro”, mas queria que olhasse um pouquinho o passado e me dissesse o que aquela jovem Tinashe diria hoje do quão longe você já chegou.

Tinashe: Ah, com certeza! É muito divertido conseguir refletir sobre o passado, pra mim, musicalmente falando. É também muito divertido ouvir trabalhos que eu compus no passado, tipo, “uau, eu escrevi isso”. Há uma sensação de “é bem impressionante, não acredito que fiz isso com essa idade ou com essa experiência ou naquele momento”. Especialmente quando encontro músicas que têm a ver com o que estou passando agora, tantos anos depois, então é bem divertido conseguir voltar ao passado dessa forma.

TMDQA!: Imagino! Agora quero falar sobre 333. Porque… olha, vou ser sincera com você. Não sei dizer o que é mais forte com os seus fãs: o amor que sentem por você ou o ódio que têm das suas antigas gravadoras!

Tinashe: (risos) Espero que seja o amor por mim!

TMDQA!: (risos) Eu acho que é sim! Mas é que existe quase um consenso de que você poderia ser uma artista ainda mais conhecida, mas que a gravadora estava sempre te segurando. 

Tinashe: Eu acho que existiram sim momentos em que eu fiquei frustrada com a minha situação, e o que isso fez foi me impulsionar para crescer e me motivar enquanto artista, para fazer músicas ainda melhores, trabalhos melhores, arte melhor. Eu não tenho arrependimentos no meu caminho, sinto que ainda estou só começando e que há muito crescimento que ainda vai acontecer. Mas agora eu tenho essas lições que aprendi e toda a experiência que acumulei, então me sinto bem com isso, nesse sentido.

TMDQA!: E deve mesmo! O motivo porque eu toquei nesse assunto é que, bem, agora você é a CEO da Tinashe Music Inc.

Tinashe: Siiiim!

TMDQA!: Isso tudo te deu uma perspectiva diferente, do lado dos negócios?

Tinashe: Com certeza. Acho que me fez valorizar o quão difícil é, em termos de negócios e me manter ocupada, mas também me debruçar sobre onde eu me encontrava enquanto pessoa criativa. Me deixou confiante em mim mesma e nas minhas decisões criativas, e isso leva a coisas boas, porque tudo começa com a música e a arte.

TMDQA!: Dá pra sentir isso no seu último disco. Aliás, eu sei que você é uma pessoa detalhista e que é conhecida por fazer suas músicas do começo ao fim. E estava ouvindo 333 e notando os ótimos convidados que você chamou.

Tinashe: Ah, que ótimo!

TMDQA!: É, você compartilha sua música dessa forma. Então queria saber quando você sente que é hora de soltar as rédeas e convidar alguém para somar ao seu trabalho.

Tinashe: Pra mim, convidados são a última coisa que considero. Eu só me interesso pelo que vai tornar a música melhor, ponto final. Quem vai acrescentar algo para essa música, essa história, ou esse trecho, que vai deixá-la melhor? Ao invés de só adicionar pessoas só pelo fato de estar chamando mais gente. Então estava pensando conscientemente sobre quem deveria estar em qual música e quais músicas deveriam ter convidados e quais não teriam, quem soaria bem… E acho que todos os artistas que chamei foram incríveis, fiquei muito feliz com isso.

TMDQA!: Até queria te perguntar sobre isso. Quando você tem uma música com o Calvin Harris, todo mundo sabe quem ele é. Mas nas suas músicas próprias, parece que você quer mostrar pra gente pessoas que deveríamos estar ouvindo, mas ainda não estamos!

Tinashe: Sim, exatamente! É importante dar apoio a outras pessoas criativas e que você acha que são maneiras, independente se não populares ou não. Então eu amo poder colaborar com pessoas que adicionam algo à música. 

TMDQA!: Eu sei que você acabou de fazer 30 anos!

Tinashe: Siiim!

TMDQA!: Não sei se ainda dá tempo de desejar feliz aniversário atrasado…

Tinashe: Ah, eu aceito, obrigada! (risos)

TMDQA!: Ótimo! Mas e qual é a sensação, mudou alguma coisa pra você?

Tinashe: Sinceramente, não! Me sinto empolgada, feliz, sinto que vou começar a melhor fase da minha vida, então estou muito animada.

TMDQA!: E deve estar mesmo! Olha, eu tenho 35, e é bem isso mesmo: você se decepciona porque nada muda.

Tinashe: Nada muda depois, né? (risos)

TMDQA!: Pois é, mas o importante é que você se divirta. Agora, tenho uma última pergunta. Estamos felizes que você vem ao Brasil, finalmente! E 333 é um disco que saiu em meio à pandemia, claro. Agora que você está compartilhando com o público, ao vivo, o disco parece mais real, palpável pra você, ao ver as pessoas dançando aquelas músicas?

Tinashe: Claro! Acho que adiciona um componente muito forte pra mim, como criadora daquelas músicas, porque solidifica em você a noção de que as suas canções estão de fato tocando as pessoas. É uma coisa você ver pessoas na internet falando “amo seu novo disco”, mas quando você vê pessoas cantando e dançando junto, quando você vê as pessoas tocadas pelo que você faz no palco, isso se conecta com você de um jeito muito gostoso. E você pensa, “ok, isso faz sentido”, porque é pra isso que você se dedica, no fim das contas. 

TMDQA!: Ah, com certeza. E é de fato um disco divertido. É isso, Tinashe. Obrigada pela conversa!

Tinashe: Obrigada por falar comigo! Tenha um bom dia!

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